quarta-feira, 10 de junho de 2009

Matéria de História da Arte

Brasil
Sec. XVII-XIX

Holandeses no Brasil
Na época em que os holandeses invadiram o nordeste brasileiro e lá permaneceram (de1630 a 1654), muitos artistas retrataram a paisagem, os índios, os animais, as flores e o cotidiano da região. Na época do governo de Mauricio de Nassau, chegam ao Brasil muitos pintores, entre eles o paisagista Franz Post (1612-1680). Este artista holandês usa técnicas de luz e cor típicas da pintura holandesa e retrata desta forma os cenários do Nordeste do Brasil, no século XVII.

Albert Eckhout (1610-1665)
Chegou ao Brasil em 1637 e permaneceu até 1644. Registrou os habitantes do Brasil, a fauna e a flora. Eckhout tornou-se conhecido principalmente pelo conjunto de suas telas a óleo sobre motivos brasileiros. Retratou habitantes negros, índios e mestiços do Brasil no século XVII e naturezas-mortas com frutas e vegetais tropicais ou cultivadas em solo brasileiros. Desenhou também inúmeros esboços de plantas e animais.

Barroco Sec. XVIII
O estilo barroco chega ao Brasil pelas mãos dos colonizadores, sobretudo portugueses, leigos e religiosos. Seu desenvolvimento pleno se dá no século XVIII, 100 anos após o surgimento do Barroco na Europa, estendendo-se até as duas primeiras décadas do século XIX. Como estilo, constitui um amálgama de diversas tendências barrocas, tanto portuguesas quanto francesas, italianas e espanholas.

Missão Artística Francesa
O século XIX no Brasil presencia mudanças profundas na história das artes plásticas em relação aos séculos anteriores, cujo sentido não pode ser compreendido sem referência à chamada Missão Artística Francesa. Em 26 de março de 1816 aporta no Rio de Janeiro um grupo de artistas franceses, liderados por Joachim Lebreton (1760 - 1819). Acompanham-no o pintor histórico Jean-Baptiste Debret (1768 - 1848), o paisagista Nicolas Taunay (1755 - 1830) e seu irmão, o escultor Auguste Marie Taunay (1768 - 1824). O objetivo é fundar a primeira Academia de Arte no Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves.

Debret enfatiza o que considera os diferentes momentos da marcha da civilização no Brasil: os indígenas e suas relações com o homem branco, as atividades econômicas e a presença marcante da mão de obra escrava e, por fim, as instituições políticas e religiosas.

Historicamente, além da importância da Missão Artística Francesa como fundadora do ensino formal de artes no Brasil, pode-se dizer que durante o tempo em que esses artistas permanecem no país, dentro ou não da Academia, eles ajudam a fixar a imagem do artista como homem livre numa
sociedade de cunho burguês e da arte como ação cultural leiga no lugar da figura do artista-artesão, submetido à Igreja e seus temas, posição predominante nos séculos anteriores.

Academicismo
No Brasil, a origem da arte acadêmica liga-se à criação da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, inaugurada oficialmente em 1826, e marca o início do ensino superior artístico no Brasil. Os prêmios e bolsas de viagem ao exterior concedidos pela Aiba têm papel decisivo na formação de artistas como, por exemplo, Victor Meirelles (1832 - 1903) e Pedro Américo (1843 - 1905). Em linhas gerais, a arte acadêmica no país corresponde a um modelo neoclássico aclimatado, que tem de enfrentar as condições da natureza e da sociedade locais. Entre as várias alterações no modelo encontra-se o predomínio das paisagens entre os pintores acadêmicos no Brasil.

Antes que um estilo específico, o Academicismo é, estritamente falando, um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, e outras que deram o tom à virada do século XIX para o XX.

Na arquitetura, a antiga Alfândega, hoje Casa França-Brasil, e o Solar Grandjean de Montigny, atualmente pertencente à Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro - PUC/RJ, constituem exemplos de construção neoclássica no país. Nas composições de Victor Meirelles (1832 - 1903), por exemplo, observam-se afinidades com o espírito romântico de Géricault e Delacroix.

Na produção pictórica brasileira, não se encontram feições realistas como a de Courbet ou Millet. O realismo, no Brasil, encontra-se traduzido em paisagistas Benedito Calixto (1853 - 1927), Clóvis Graciano (1907 - 1988), José Pancetti (1902 - 1958), entre outros. Os tipos e costumes do interior paulista representados por Almeida Júnior (1850 - 1899) podem ser pensados também com base em uma orientação realista.

Ecletismo
O termo ecletismo denota a combinação de diferentes estilos históricos em uma única obra sem com isso produzir novo estilo. Tal método baseia-se na convicção de que a beleza ou a perfeição pode ser alcançada mediante a seleção e combinação das melhores qualidades das obras dos grandes mestres. Além disso, pode designar um movimento mais específico relativo a uma corrente arquitetônica do século XIX. No Brasil, no período de transição para o século XX, o ecletismo é a corrente dominante na arquitetura e nos planos de reurbanização das grandes cidades.

Em São Paulo, o primeiro monumento marcante do novo movimento arquitetônico é o Museu Paulista (conhecido como Museu do Ipiranga), projetado pelo arquiteto italiano Tommazio Bezzi e construído entre 1882 e 1885. A expansão e a modernização da cidade se dão sob o signo do ecletismo, realçando a atuação do engenheiro-arquiteto Ramos de Azevedo (1851 - 1928), responsável por inúmeros prédios públicos, entre eles a Escola Normal Caetano de Campos (1894), na praça da República, o Theatro Municipal (1903 - 1911) e o edifício do Liceu de Artes e Ofícios.

1860 - 1880
Impressionismo
Características do impressionismo:
*Saída do estúdio- observação da natureza a partir de
impressões pessoais e sensações visuais imediatas
*Cores- mistura de matizes na natureza, cores
complementares, contrastes fortes
*Formas- manchas, pinceladas fragmentadas e
justapostas, sem contorno e claro-escuro
*Luz- luminosidade do dia ao ar livre
*Recusa aos motivos históricos, mitológicos e religiosos consagrados pela tradição acadêmica

Os velhos chavões como “tema digno”, “composições equilibradas”, e “desenho correto” foram sepultados.

Artistas
• Édouard Manet (1832-1883)
• Claude Monet (1840-1926)
• Edgar Degas (1834-1917)
• Auguste Rodin (1880-1900)
• Camille Pissarro (1831-1903)
• Eadweard Muybridge (1830-1904)
• Etienne Jules Marey (1830-1904)

Édouard Manet (1832-1883)
Descobriu que se olharmos a natureza ao ar livre não vemos objetos individuais, cada um com sua cor própria, mas uma mistura de matizes, ele já não usava mais efeitos de luz e sombra de forma sutil como era feito em estúdio iluminado pela luz da janela, mas contrastes fortes e duros.

Claude Monet (1840-1926)
Ao pintar, em frente ao motivo ao ar livre, ele não podia ater-se a detalhes, tinha que pintar rapidamente com pinceladas velozes pois havia a influência do tempo, mudanças de luz, de clima. As paisagens de Monet privilegiam o movimento das águas e seus reflexos, explorados em regatas, barcos e portos.

Edgar Degas (1834-1917)
Pintava ângulos inesperados, estava interessado no jogo de luz e sombra sobre a forma humana, procurava formas de sugerir o movimento no espaço.

Pierre Auguste Renoir (1841-1919)
Pintava cenas da vida real usando cores brilhantes, e o efeito da luz do sol sobre a multidão.

Auguste Rodin (1840-1917)
Desprezava o acabamento externo em suas esculturas e deixava algo para ser completado pela imaginação do espectador.

Na cena cultural, vários eventos refletiram a influência do movimento e da velocidade como os estudos de movimento de Muybridge e Marey, eles estavam procurando uma maneira de fazer imagens em movimento a partir de fotografias sucessivas de um modelo se movendo.

Eadweard Muybridge (1830-1904)
Cria em 1877, um dispositivo que lhe permite captar todas as fases do movimento do cavalo e mostrar que, de fato, todos os cascos do animal podiam deixar o solo em um dado momento.

Etienne Jules Marey (França, 1830 -1904)
Enquanto Muybridge usava várias câmeras, Marey usava apenas uma e obtinha, sobre uma mesma placa fotográfica, verdadeiras decomposições do movimento. Ele foi o inventor da cronofotografia (1888) e o fuzil cronofotográfico que foi a base do desenvolvimento cinematográfico.

1880
Pós - impressionismo
O Pós-Impressionismo foi um desenvolvimento do Impressionismo e também uma reação a ele. Foram diferentes estilos que abriram caminho para as vanguardas do sec. XX.

Características:
• Os impressionistas observavam a Natureza
• Os Pós- impressionistas começaram a aplicar métodos científicos em suas pesquisas. Buscavam fundamentalmente trabalhar com a cor e a luz a partir de conhecimentos científicos, como a ótica. Nesse ponto, diferencia-se, portanto do Impressionismo, mais baseado na espontaneidade.

Georges Seurat (1859-1891)
Contribuiu para a pintura francesa ao introduzir uma técnica mais sistemática e científica, chamada divisionismo ou pontilhismo a que ele chamou Pintura Óptica. A técnica consiste em separar as cores, de maneira que, em vez de serem misturadas como pigmentos e aplicadas à tela, são, desde que as vejamos à distância certa, misturadas pelo olhar. As inúmeras manchas de cores puras que cobrem a tela são recompostas pelo olhar do observador. Pode-se dizer que a teoria do divisionismo foi o precursor da televisão e da imagem digital.

Em lugar do naturalismo e da preocupação com os efeitos momentâneos de luz, caros aos impressionistas, o quadro de Seurat expõe figuras de corte geométrico que se apresentam como manequins sobre um plano rigorosamente construído a partir de eixos horizontais e verticais. Os intervalos calculados entre uma figura e outra, as sombras formando ângulos retos e a superfície pontilhada atestam a fidelidade a um programa teórico apoiado nos avanços científicos da época.

A sensação de vibração e luminosidade decorre da "mistura ótica" obtida pelos pequenos pontos de cor de tamanho uniforme que nunca se fundem, mas que reagem uns aos outros em função do olhar à distância.

Paul Signac (1863 – 1935)
Trabalhou com Georges Seurat criando o pontilhismo (ou divisionismo). Signac desenvolve o pontilhismo em boa parte de sua obra. Só que em seus trabalhos os pontos e manchas se tornam mais evidentes e são dispostos de maneira mais dispersa, rompendo, nos termos do crítico Giulio C. Argan, a "linha melódica da cor".

Paul Cézanne (1839-1906)
Sua ênfase está colocada no estudo da estrutura pictórica. É verdade que Cézanne nunca se inclinou às representações realistas e às impressões fugazes exploradas pelos impressionistas. Sua opção recaiu sempre sobre a análise estrutural da natureza, por meio de uma pintura que apela preferencialmente à mente e à consciência, e não à visão. O conhecimento da realidade em Cézanne não é contemplação, mas pesquisa metódica, em que as sensações visuais são filtradas pela consciência. Cézanne dá maior autonomia à composição por meio da ordenação dos planos e volumes cromáticos. Áreas de cor ou formas geométricas são estabelecidas objetivamente, para conduzir a estruturação da superfície nas paisagens, naturezas-mortas ou nos retratos. Os padrões são dados pelo quadro, não vêm do exterior.

Tanto Cézanne como Van Gogh deram um passo importante no abandono da finalidade da pintura como “imitação da natureza”.

Vincent van Gogh (1853-1890)
Suas cores intensas e pinceladas nervosas unem todas as partes da tela na mesma expressão com um efeito dramático inédito. Influenciado pela estampa japonesa, utiliza simples traços negros para dar a idéia de figura e abre mão da ilusão de profundidade .Ele queria que a sua pintura expressasse o que ele sentia e se a distorção o ajudasse a realizar este objetivo ele a utilizava.As pinceladas em redemoinho e a explosão de cores auxiliam a localizar o timbre expressionista da sua produção .

Paul Gauguin (1848-1903)
Depois de gastar um período curto com Vincent Gogh em Arles(1888), Gauguin abandonou a arte imitativa pela expressividade da cor. Gauguin descobre a novidade das obras de Cézanne e delas tira proveito particular. Explora, como ele, um estilo anti-naturalista, mas o faz pelo uso de áreas de cores puras e planas. A ida do pintor para o Taiti em 1891, abre suas pesquisas à cultura plástica dos primitivos, o que se revela no uso de cores vibrantes e na simplificação do desenho.

Gauguin, convencido de que a arte corria o perigo de se tornar leviana e superficial foi procurar nos nativos do pacífico a força e intensidade de sentimento e um modo direto de expressá-lo. As paisagens e pessoas que pinta no Taiti, por exemplo, apresentam cores cruas e formas simples. chapadas, transfigurando o exotismo da região.

Da insatisfação destes 3 artistas surgiram distintos movimentos artísticos posteriores. A obra de Cézanne encontra-se na raiz do cubismo de Picasso e Braque. Gauguin, por sua vez, influencia o movimento simbolista e a arte moderna voltada para o exótico e o primitivo. Finalmente, Van Gogh marca as orientações expressionistas futuras.

Henri de Toulouse-Lautrec (1864-1901)
Tenta conquistar uma linguagem autônoma com litogravuras que abandonam o acabamento clássico. Foi um dos que captou o espírito do mundo flutuante das gravuras Nipônicas. A composição plana das figuras, o destaque do primeiro plano, a perspectiva angulosa transformaram estas pinturas em cartazes da vida mundana Parisiense.

Art Nouveau
Final do séc. XIX- séc.XX

Estilo artístico que se desenvolve entre 1890 e a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) na Europa e nos Estados Unidos, espalhando-se para o resto do mundo, e que interessa mais de perto às artes aplicadas: arquitetura, artes decorativas, design, artes gráficas, mobiliário e outras.
O Art Nouveau se insere no coração da sociedade moderna, reagindo ao historicismo da arte acadêmica do século XIX e ao sentimentalismo e expressões líricas dos românticos, e visa adaptar-se à vida cotidiana, às mudanças sociais e ao ritmo acelerado da vida moderna. A "arte nova" revaloriza a beleza, colocando-a ao alcance de todos, pela articulação estreita entre arte e indústria.
A fonte de inspiração primeira dos artistas é a natureza, as linhas sinuosas e assimétricas das flores e animais. O movimento da linha assume o primeiro plano dos trabalhos, ditando os contornos das formas e o sentido da construção. Os arabescos e as curvas, complementados pelos tons frios, invadem as ilustrações, o mundo da moda, as fachadas e os interiores.

Expressionismo
1905-1914

O termo possui um sentido histórico preciso ao designar uma tendência da arte européia moderna, enraizada em solo alemão, entre 1905 e 1914. O Expressionismo marca uma oposição ao impressionismo francês. À idéia de registro da natureza por meio de sensações visuais imediatas, cara aos impressionistas, o expressionismo contrapõe a expressão que se projeta do artista para a realidade.
Estamos distante das paisagens luminosas de Claude Monet (1840-1926), ou de uma concepção de arte ligada à mente, e não apenas ao olhar, como quer Paul Cézanne (1839-1906). Para os expressionistas a arte liga-se à ação, muitas vezes violenta, rejeitando a verossimilhança e criando as imagens com o auxílio de cores fortes e de formas distorcidas. Os artistas se distanciaram da beleza, eles respeitavam o sofrimento humano, a pobreza, violência, a paixão.
O filósofo alemão Friedrich Nietzsche(1844-1900), talvez o pensador moderno mais incômodo e provocativo, influenciou várias gerações e movimentos artísticos. O Expressionismo, que teve forte influência desse filósofo, contribuiu para o pensamento contrário ao racionalismo moderno e ao trabalho mecânico, através do embate entre a razão e a fantasia.
As obras desse movimento deixam de priorizar o padrão de beleza tradicional para enfocar a instabilidade da vida, marcada por angústia, dor, inadequação do artista diante da realidade.
O pintor norueguês Edvard Munch (1863-1944) é talvez a maior referência do expressionismo alemão. As obras de Van Gogh e Gauguin marcam decisivamente os trabalhos de Munch, em sua ênfase no sentido trágico da vida. A famosa tela O Grito (1893) fornece uma chave privilegiada para termos acesso ao seu universo. A pessoa de aspecto fantasmático em primeiro plano, define um foco que arrasta todo o cenário. As linhas deformadas da figura expandem-se pelo entorno, que participa da angústia do grito.
Existiram dois grupos que entre todos os movimentos são os mais facilmente identificados com o expressionismo. São eles: A Ponte (Die Brücke'), em Dresden (1905-1913); e O Cavaleiro Azul (Der Blaue Reiter), em Munique (1911-1914). Os primeiros eram mais agressivos e politizados e seus principais representantes são Ernst Ludwig Kirchner e Emil Nolde. O Cavaleiro Azul (que mais tarde se desdobrará e parte de seus membros virá a fazer parte da Bauhaus e do advento da abstração) eram mais voltados, em um primeiro momento, à espiritualidade da obra artística e seus principais membros são Vassíli Kandinsky, Paul Klee.
Se agora o que importava na arte não era mais a imitação da natureza, mas a expressão de sentimentos através da escolha de cores e linhas, então porque a arte não poderia ser mais pura, eliminando os temas, e criando efeitos de tons e formas.
Wassily Kandinsky em Munique foi o primeiro a criar a arte abstrata. Em 1922 ele entrou para a Bauhaus em Weimar onde pesquisou as relações entre formas e cores e seus efeitos psicológicos e espirituais.
Paul Klee caracterizava tudo a partir da linha, suas expectativas numa obra de arte era com relação à harmonia pictórica que ele via como equilíbrio entre movimento e contra-movimento.

Bauhaus 1919 - 1933
"Criemos uma nova guilda/classe de artesãos, sem as distinções de classe que erguem uma barreira de arrogância entre o artista e o artesão", declara o arquiteto germânico Walter Adolf Gropius (1883 - 1969), quando inaugura a Bauhaus, em 1919. arquitetura, as artes ou a indústria.
O termo é literalmente "casa (haus) para construir (bauen)"
A Bauhaus ocupa um lugar próprio na história cultural do século XX, arquitetura, design, arte e novas mídias. No momento em que a sociedade industrial estava em crise, a Bauhaus se perguntava como o processo de modernização poderia ser dominado pelo design. O objetivo do curso era formar designers capacitados para trabalhar com criatividade em diversos campos como a arquitetura, as artes ou a indústria.

Características da Bauhaus:
• as pesquisas formais e as tendências construtivistas realizadas com o máximo de economia na utilização do solo e na construção;
• a atenção às características específicas dos diferentes materiais como madeira, vidro, metal e outros;
• a idéia de que a forma artística deriva de um método, ou problema, previamente definido o que leva à correspondência entre forma e função;
• e o recurso das novas tecnologias.

A ascensão do nazismo na Alemanha, a partir de 1933, causará o fechamento da Escola de Bauhaus, e seus professores e alunos serão perseguidos pelo Estado, que considerará a arte por esses produzida como um elemento degenerado e degenerador.

Os professores de Bauhaus mais proeminentes eram:
Pintores
Vassily Kandinsky , Paul Klee , László Moholy-Nagy,
Josef Albers

Arquitetos
Walter Gropius , Ludwig Mies Van der Rohe , Hannes Meyer

Escultores
Otto Werner, Josef Hartwig

Cubismo 1907- 1914
Considerado um divisor de águas na história da arte ocidental, o cubismo recusa a idéia de arte como imitação da natureza, afastando noções como perspectiva e modelagem, assim como qualquer tipo de efeito ilusório.
O nome do movimento surgiu quando o crítico Louis Vauxcelles citando as composições do Braque fala sobre uma realidade plástica construída com “cubos” no jornal Gil Blas, 1908

Características
• sem perspectiva e sem representação da natureza.
• nivelamento da hierarquia espacial como negação da noção tradicional de que na pintura o objeto é mais importante que o fundo.
• múltiplas perspectivas- Cubos, volumes e planos geométricos entrecortados reconstroem formas que se apresentam, simultaneamente, de vários ângulos nas telas.

A ruptura empreendida pelo cubismo encontra suas fontes primeiras na obra de Paul Cézanne (1839-1906) - e em sua forma de construção de espaços por meio de volumes e da decomposição de planos - e também na arte africana, máscaras, fotografias e objetos.

O CUBISMO
1907-1912: cubismo analítico -preocupação predominante com as pesquisas estruturais, por meio da decomposição dos objetos e do estilhaçamento dos planos, e forte tendência ao monocromatismo.
A partir de 1912: cubismo sintético, as cores se acentuam e a ênfase dos experimentos é colocada sobre a recomposição dos objetos. Elementos heterogêneos - recortes de jornais, pedaços madeira, cartas de baralho, caracteres tipográficos, entre outros –são agregados à superfície das telas, dando origem às famosas colagens.

Pablo Picasso (1881-1973)
Georges Braque (1882-1963)

Constantin Brancusi (1876-1957)
Optou por fazer obras simples com formas puras fazendo uso de elementos básicos. Ele foi para a escultura moderna o que Picasso foi para a pintura.

Futurismo 1909- 1914
O primeiro manifesto foi publicado no Le Fígaro de Paris, em 22/02/1909, e nele, o poeta italiano Marinetti, dizia que "o esplendor do mundo enriqueceu-se com uma nova beleza: a beleza da velocidade”. O segundo manifesto, de 1910, resultou do encontro do poeta com os pintores Carlo Carra, Russolo, Severini, Boccioni e Giacomo Balla. Houveram vários manifestos até 1924.
Os futuristas saúdam a era moderna, aderindo entusiasticamente à máquina. Para Balla, "é mais belo um ferro elétrico que uma Escultura grega".
Procura-se neste estilo expressar o movimento real,
registrando a velocidade descrita pelas figuras em movimento no espaço. O artista futurista não está interessado em pintar um automóvel, mas captar na forma plástica a velocidade descrita por ele no espaço.
A exaltação da máquina e da "beleza da velocidade", associadas ao elogio da técnica e da ciência, tornam-se emblemáticas da nova atitude estética e política. Uma nova sensibilidade, condicionada pela velocidade dos meios de comunicação, estána base das novas formas artísticas futuristas.

Umberto Boccioni (1882-1916)
Em Formas inéditas continuas no espaço, Boccioni coloca a velocidade e a força em forma escultural. Ultrapassando os limites do corpo, suas linhas ondulam encurvam-se e agilizam -se, como se moldada pelo vento durante o seu transcurso. Estudou a musculatura humana. O resultado é um retrato tridimensional de um corpo poderoso em ação.

Giacomo Balla (1871-1958)

Dadaísmo 1916-1921
Movimento formado em 1916 em Zurique por jovens franceses e alemães que, se tivessem permanecido em seus respectivos países, teriam sido convocados para o serviço militar. O Dada foi um movimento de negação. Durante a Primeira Guerra Mundial, artistas de várias nacionalidades, exilados na Suíça, eram contrários ao envolvimento dos seus próprios países na guerra.

O grupo fundou um movimento literário para expressar suas decepções em relação a incapacidade da ciências, religião, filosofia que se revelaram pouco eficazes em evitar a destruição da Europa. A palavra Dada foi descoberta acidentalmente por Hugo Ball e por Tzara Tristan num dicionário alemão-francês. Dada é uma palavra francesa que significa na linguagem infantil "cavalo de pau". Esse nome escolhido não fazia sentido, assim como a arte que perdera todo o sentido diante da irracionalidadeda guerra.

Sendo a negação total da cultura, o Dadaísmo defende o absurdo, a incoerência, a desordem, o caos. Politicamente , firma-se como um protesto contra uma civilização que não conseguiria evitar a guerra.

MARCEL DUCHAMP (1887-1968), pintor e escultor francês, sua arte abriu caminho para movimentos como a pop art e a op art das décadas de 1950 e 1960. Reinterpretou o cubismo a sua maneira, interessando-se pelo movimento das formas.

Nú descendo a escada, 1911
Esta pintura foi rejeitada no Salão de Outono de Paris, mas foi exposta na exposição cubista em Barcelona e em Paris no Salon de la Section d'Or. Em 1912 ele a apresentou no ArmoryShow em New York e fez enorme sucesso, este evento foi responsável pela introdução da arte moderna nos Estados Unidos.

O experimentalismo e a provocação o conduziram a idéias radicais em arte, antes do surgimento do grupo Dada (Zurique, 1916). Duchamp criou os ready-mades, objetos industrializados escolhidos ao acaso, e que, após leve intervenção e receberem
um título, adquiriam a condição de objeto de arte.
Em 1917 foi rejeitado ao enviar a uma mostra um urinol de louça que chamou de "Fonte". Depois fez interferências, pintou bigodesna Mona Lisa, para demonstrar seu desprezo pela arte tradicional, e inventou mecanismos ópticos.


Metafísica 1917
Corrente pictórica italiana, que se define a partir do encontro entre Giorgio de Chirico (1888-1978) e Carlo Carrà (1881-1966) em Ferrara, 1917. Nesse momento, os pintores cunham o termo "pintura metafísica".

De Chirico já ensaia o novo estilo desde 1910, numa recusa decidida ao futurismo, tanto às suas soluções formais, quanto àideologia política e nacionalista que ampara o movimento. A arte de De Chirico apresenta, já aí, uma face metafísica: coloca-se como exterior à temporalidade, como negação do presente, da realidade natural e social. Nada mais distante das motivações futuristas, que anseiam pela aceleração do tempo e pela transformação da sociedade.

Surrealismo
O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico. A importância do mundo onírico, do irracional e do inconsciente se relaciona diretamente ao uso livre que os artistas fazem da obra de Sigmund Freud (1856-1939) e da psicanálise, permitindo-lhes explorar nas artes o imaginário e os impulsos ocultos da mente.

A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística.
Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento".

Salvador Dalí (1904-1989) radicaliza a idéia de libertação dos instintos e impulsos contra qualquer controle racional pela defesa do método da 'paranóia crítica', forma de tornar o delírio um mecanismo produtivo, criador. A crítica cultural empreendida pelos surrealistas, baseada nas articulações arte/inconsciente e arte/política, deixa entrever sua ambição revolucionária e subversiva, amparada na psicanálise.

Joan Miro (1893-1983)
A pintura O Carnaval de Arlequim, 1924-25, inaugurou uma linguagem cujos símbolos remetem a uma fantasia inocente, sem as profundezas das questões surrealistas.

Man Ray (1890-1976) em 1921 encontra o movimento surrealista na pintura. Trabalha como fotógrafo para financiar a pintura e, com a nova atividade, desenvolve a sua arte, a raiografia, ou fotograma, criando imagens abstratas (obtidas sem o auxílio da câmara) mas com a exposição à luz de objetos previamente dispersos sobre o papel fotográfico.qual inverte parcialmente os tons da fotografia.

Em 1993, a foto "GLASS TEARS“, 1932, de MAN RAY, torna-se a fotografia mais cara
do mundo, ultrapassando o valor de 65 mil dólares.
Um olho feminino, com esferas de vidro na face, significando lágrimas...

Suprematismo
1913-1925
Movimento russo de arte abstrata que surge por volta de 1913, mas cuja sistematização teórica data de 1925 e do manifesto Do cubismo ao futurismo ao suprematismo: o novo realismo na pintura, escrito por Kazimir Malevich (1878-1935) em colaboração com o poeta Vladímir Maiakóvski (1894-1930).
O suprematismo de Malevich vai defender uma arte livre de finalidades práticas e comprometida com a pura visualidade plástica. Se a arte de Malevich possui pretensão espiritual, ela não se confunde com a defesa do espiritual na arte que faz
Wassily Kandinsky (1866-1914), que o define como "expressão da vida interior do artista". Malevich, ao contrário, se detém na pesquisa metódica da estrutura da imagem, que coincide com a busca da “forma absoluta”, da molécula pictórica.

Neoplasticismo 1917-1928
(abstração geométrica)

O termo liga-se diretamente às novas formulações plásticas de Piet Mondrian (1872-1944) e Theo Van Doesburg (1883-1931) e sua origem remete à revista De Stijl (O Estilo) criada pelos dois artistas holandeses em 1917, em cujo primeiro número Mondrian publica A nova plástica na pintura.

O movimento se organiza, segundo Van Doesburg, em torno da necessidade de "clareza, certeza e ordem" e tem como propósito central encontrar uma nova forma de expressão plástica, liberta de sugestões representativas e composta a partir de elementos mínimos: a linha reta, o retângulo e as cores primárias - azul, vermelho e amarelo - além do preto, branco e cinza.
O neoplasticismo de Mondrian dispensa os detalhes e a variedade da natureza, buscando o princípio universal sob a aparência do mundo. Menos que expressar as coisas naturais, sua arte visa, segundo ele, a "expressão pura da relação".

Construtivismo
1919 - 1934
O termo construtivismo liga-se diretamente ao movimento de vanguarda russa. No construtivismo a pintura e a escultura são pensadas como construções e não mais como representações, esta é uma influência do Cubismo que rompera com a representação Renascentista.

Os artistas construtivistas acreditavam que deveriam fazer arte utilizando formas e processos da tecnologia moderna. Esculturas eram “construídas” usando técnicas e materiais industriais, e na pintura formas abstratas eram usadas para criar estruturas das máquinas tecnológicas.

Principais artistas
• Vladimir Tatlin
• Alexander Rodchenko
• Antoine Pevsner
• Naum Gabo

Vladimir Tatlin (1885-1953)
O artista expressou suas idéias a partir de construções tridimensionais com “materiais reais” em “espaço real” .Utilizou papel, madeira, vidro, metal, tecido nas suas obras. Os artistas agora eram também pesquisadores, engenheiros, construtores de arte.

Alexander Rodchenko (1891-1956)
Estudou Malevich e Tatlin, criando obras abstratas geométricas e utilizando materiais diversos. Depois abandonou a pintura dedicando-se à fotografia e ao design.

Arte no Brasil
Sec. XIX e XX


Academicismo
No Brasil, a origem da arte acadêmica liga-se à criação da Academia Imperial de Belas Artes - Aiba, inaugurada oficialmente em 1826, e marca o início do ensino superior artístico no Brasil. Os prêmios e bolsas de viagem ao exterior concedidos pela Aiba têm papel decisivo na formação de artistas como, por exemplo, Victor Meirelles (1832 - 1903) e Pedro Américo (1843 - 1905). Em linhas gerais, a arte acadêmica no país corresponde a um modelo neoclássico aclimatado, que tem de enfrentar as condições da natureza e da sociedade locais. Entre as várias alterações no modelo encontra-se o predomínio das paisagens entre os pintores acadêmicos no Brasil.

Antes que um estilo específico, o Academicismo é, estritamente falando, um método de ensino artístico profissionalizante de nível superior, equivalente ao ensino universitário moderno. No Brasil tal sistema foi introduzido no período de vigência do Neoclassicismo, estilo do qual foi um dos principais motores de difusão, e depois absorveu estéticas românticas, realistas, e outras que deram o tom à virada do século XIX para o XX.

Na produção pictórica brasileira, não se encontram feições realistas como a de Courbet ou Millet. O realismo, no Brasil, encontra-se traduzido em paisagistas Benedito Calixto (1853 - 1927), Clóvis Graciano (1907 - 1988), José Pancetti (1902 - 1958), entre outros. Os tipos e costumes do interior paulista representados por Almeida Júnior (1850 - 1899) podem ser pensados também com base em uma orientação realista.

O modernismo no Brasil tem como marco simbólico a Semana de Arte Moderna, realizada em São Paulo, no ano de 1922, considerada um divisor de águas na história da cultura brasileira. O evento - organizado por um grupo de intelectuais e artistas por ocasião do Centenário da Independência - declara o rompimento com o tradicionalismo cultural associado às correntes literárias e artísticas anteriores.

A defesa de um novo ponto de vista estético e o compromisso com a independência cultural do país fazem do modernismo sinônimo de "estilo novo", diretamente associado à produção realizada sob a influência de 1922. Heitor Villa- Lobos (1887 -1958) na música; Mário de Andrade (1893 - 1945) e Oswald de Andrade (1890 - 1954), na literatura; Victor Brecheret (1894 -1955), na escultura; Anita Malfatti (1889 - 1964) e Di Cavalcanti (1897 - 1976), na pintura, são alguns dos participantes da Semana, realçando sua abrangência e heterogeneidade.

(Antonio Candido).

Alfredo Volpi não participou dos movimentos modernistas da década de 20, apoiados pela elite brasileira. Manteve-se à parte desses grupos. Não teve acesso aos mestres europeus, como era comum na época.

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), a América Latina passa por um forte surto desenvolvimentista e industrial. No Brasil, são fundados o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro - MAM/RJ e de São Paulo - MAM/SP, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand - Masp e a Bienal Internacional de São Paulo.

Arte Concreta
A arte concreta é herdeira das pesquisas do grupo De Stijl [O Estilo], 1917/1928, de Piet Mondrian (1872 - 1944) e VanDoesburg, que busca a pureza e o rigor formal na ordem harmônica do universo. Além disso, parte de ideais da Bauhaus, 1919-1933, nos quais a racionalidade deve estar presente em todos os âmbitos sociais e nas conquistas da arte democratizadas pela indústria.

Na história da Literatura brasileira, a Poesia Concreta foi criada por autores como Décio Pignatari, Haroldo de Campos e Augusto de Campos com o objetivo de mudança, visando um novo tipo de expressão, baseada em princípios experimentalistas. A Poesia Concreta vê importância no espaço gráfico-visual e valoriza os elementos constitutivos da palavra. A função poética estácentrada na mensagem.

A Exposição Nacional de Arte Concreta, realizada em 1956/1957, reúne, além dos artistas do Grupo Ruptura, alunos de Ivan Serpa (1923 - 1973), que leciona pintura no MAM/RJ e de onde surge o Grupo Frente, formado por Décio Vieira (1922 - 1988), e Hélio Oiticica (1937 - 1980). Participam também, entre outros, Lygia Pape (1927 - 2004), Lygia Clark (1920 - 1988), Amilcar de Castro (1920 - 2002) e Franz Weissmann (1911 - 2005).

Parangolés
Oiticia propõe ao espectador (agora participante) em lugar de meramente contemplar a cor, vestir-se nela. Este simples ato, que libera o participante do domínio da sensação visual, produz uma "maravilhosa sensação de expansão", criada pela incorporação dos elementos da obra numa vivência total do espectador.

Lygia Clark (1920-1988)
A artista se dedicou durante quatro anos ao estudo das possibilidades transformadoras dos bichos, objetos compostos por placas metálicas e por dobradiças (eles oscilam entre a figuração e a abstração). Ao acionar as dobradiças, o espectador cria um jogo de movimentos que dá aos objetos qualidades de seres orgânicos, o que é confirmado pela escolha do nome dos trabalhos feita pela artista.

Abraham Palatinik
Aparelho cinecromático,1955 Com uma técnica inovadora, apoiada em seus conhecimentos técnicos, científicos e artísticos, Palatnik introduziu pela primeira vez na história da arte a possibilidade de se "pintar" com a luz e movimento.


Expressionismo Abstrato
1940-1950

Expressionismo abstrato refere-se a um movimento artístico que tem lugar em Nova York, no período imediatamente após a 2ªGuerra Mundial. Trata-se do primeiro estilo pictórico norte-americano a obter reconhecimento internacional. Os Estados Unidos surgem como nova potência mundial e centro artístico emergente, beneficiado, em larga medida, pela emigração de intelectuais e artistas europeus.

A recusa dos estilos e técnicas artísticas tradicionais, assim como a postura crítica em relação à sociedade e ao establishment americano, aproxima um grupo bastante heterogêneo de pintores e escultores, entre os quais Jackson Pollock (1912-1956), Mark Rothko (1903-1970), Willem de Kooning (1904-1997), Ad Reinhardt (1913-1967).

Pollock retira a tela do cavalete, colocando-a no solo. Sobre ela, a tinta é gotejada e/ou atirada ao ritmo do gesto do artista, que gira sobre o quadro ou se posta sobre ele. A nova atitude, física inclusive, do artista diante da obra subverte a imagem do pintorcontemplativo e mesmo a do técnico ou desenhista industrial que realiza o trabalho de acordo com um projeto prévio. A obra de arte, fruto de uma relação corporal do artista com a pintura, nasce da liberdade de improvisação, do gesto espontâneo, da expressão de uma personalidade individual.

Os emaranhados de linhas e cores que explodem nas telas de Pollock afastam qualquer idéia de mensagem a ser decifrada. Do mesmo modo que os quadros de Rothko, com suas faixas de pouco brilho e sutis passagens de tons, ou mesmo as soluções figurativas de De Kooning, não querem oferecer uma chave de leitura. A ausência de modelos, a idéia de espontaneidade relacionada ao trabalho artístico e o gesto explosivo do pintor que desintegra a realidade não impede a localização de problemáticas que pulsam nas obras produzidas.

Pop art- 1960
Na década de 1960, os artistas defendem uma arte popular (pop) que se comunique diretamente com o público por meio de signos e símbolos retirados do imaginário que cerca a cultura de massa e a vida cotidiana. A defesa do popular traduz uma atitude artística contrária ao hermetismo da arte moderna. Nesse sentido, a arte pop se coloca na cena artística que tem lugar em fins da década de 1950 como um dos movimentos que recusam a separação arte/vida.

As bases da nova forma de expressão artística se aproveita das mudanças tecnológicas e da ampla gama de possibilidades colocada pela visualidade moderna, que está no mundo - ruas e casas - e não apenas em museus e galerias.
Sem programas ou manifestos, seus trabalhos se afinam pelas temáticas abordadas, pelo desenho simplificado e pelas cores saturadas. A nova atenção concedida aos objetos comuns e àvida cotidiana encontra seus precursores na anti-arte dos dadaístas e surrealistas.

Arte Óptica/ Op art
período entre 1965 e 1968
A arte óptica se auto classifica como arte cinética por solicitar a interação perceptiva do espectador.
O que ocorre nessa interação perceptiva é que o espectador reconhece um movimento que não existe na obra em sua realidade concreta, ele não é sequer representado. Ou seja: como espectadores temos a sensação de um movimento real, mesmo sabendo que a obra não se move.

As ilusões ópticas de movimento acontecem quando a nossa percepção é convidada a transitar por determinados efeitos como nas composições em que figura e fundo se confundem, ou linhas e formas repetidas que parecem vibrar na superfície plana.
A op art inaugura relações bem particulares do artista com seu público, na medida em que o processo de criação se passa no olhar do espectador e depende dele para ser concluída.

Os principais artistas são: Vassarely, Jesus Soto, Cruz Diez.

O húngaro Victor Vasarely (1908- 1997) , em sua fase Preto e Branco, serve-se extensamente do jogo de figura e fundo. Com o objetivo de explorar efeitos visuais, ele analisa alguns princípios da psicologia da Gestalt, ciência que orienta seu trabalho. Ele encontra na estrutura básica da forma, ponto e quadrado e da cor, praticamente preto e branco sua fonte de criação.

O venezuelano Jésus Raphael Soto (1923-2005) começa, por volta de 1951, o artista cria as primeiras obras em que elementos dispostos em série no espaço produzem efeitos de movimento virtual e vibração, através da repetição dos elementos formais. Nas repetições ópticas, ele desenvolveu trabalhos em alto relevo, o que fez com que ficasse entre o status de pintor e o de escultor.


Arte Cinética
A especificidade da arte cinética, dizem os estudiosos, é que nela o movimento constitui o princípio de estruturação. O cinetismo rompe assim com a condição estática da pintura, apresentando a obra como um objeto móvel, que não apenas traduz ou representa o movimento, mas está em movimento.
O termo móbile é datado de 1932, mas pode-se também aplicá-lo a trabalhos anteriores a esta data. É difícil sugerir um ponto de partida para esta classe de trabalhos em que a expectativa do movimento estava tão presente. A maioria dos móbiles é construída com materiais leves, e eles eram pendurados no teto. Alguns eram fixos e iam e vinham por meio do impulso do espectador.

ALEXANDER CALDER (1898-1976)
Alexander Calder foi um artista da forma e do equilíbrio, que aliou com perfeição, arte e técnica. Com lâminas de metal e arame criou "esculturas em movimento", os móbiles, que lhe atribuíram grande popularidade.

A obra interativa perceptiva começa agora a dar espaço para as propostas que exigem mais do espectador do que apenas sua percepção visual. A intenção dos artistas é que a obra se transforme em relação ao posicionamento, ao movimento e a manipulação do espectador. Os trabalhos ligados à essa corrente foram denominados obras ópticas transformáveis e manipuláveis.

Julio LeParc 1928-
Estabeleceu uma nova linguagem, utilizando luz, percepção, movimento e ilusão.

Arte Contemporânea
As novas orientações artísticas, apesar de distintas, partilham um espírito comum: são, cada qual a seu modo, tentativas de dirigir a arte às coisas do mundo, à natureza, à realidade urbana e ao mundo da tecnologia. As obras articulam diferentes linguagens -dança, música, pintura, teatro, escultura, literatura etc., desafiando as classificações habituais, colocando em questão o caráter das representações artísticas e a própria definição de arte. Instalações, performances, land art, body art...

É importante lembrar que o uso de novas tecnologias - vídeo, televisão, computador etc. - atravessa parte substantiva da produção contemporânea, trazendo novos elementos para o debate sobre o fazer artístico.


Espero ter ajudado a todos.
Bjo
Daniela

terça-feira, 9 de junho de 2009

Matéria de PSI

05/05
Segurança da Informação

Segurança da informação está relacionado com proteção de um conjunto de dados, no sentido de preservar o valor que possuem para um individuo ou uma organização.
Os atributos básicos (segundo os padrões internacionais) são:
Confidencialidade: propriedade que limita o acesso a informação.
Integridade: propriedade que garante que a informação manipulada mantenha todas as características originais.
Disponibilidade: propriedade que garante que a informação esteja sempre disponível para o uso legitimo.
O conceito de Segurança Informática ou Segurança de Computadores está intimamente relacionado com o de Segurança de Informação, incluindo não apenas a segurança dos dados / informação, mas também a dos sistemas em si.
Também podemos dizer que a Segurança de Informação se refere à proteção existente sobre as informações de uma determinada empresa ou pessoa, isto é, aplica-se tanto as informações corporativas quanto às pessoas. Ela pode estar guardada para uso restrito ou exposta ao público para consulta ou aquisição.
O nível de segurança desejada, pode se consubstanciar em uma “política de segurança” que é seguida pela organização ou pessoa, para garantir que uma vez estabelecidos os princípios, aquele nível desejado seja perseguido e mantido.
Para a montagem desta política, deve-se levar em conta:
Riscos associados à falta de segurança
Benefícios.
Custos de implementação dos mecanismos.


Mecanismos de Segurança

O suporte para as recomendações de segurança pode ser encontrado em;
· Controles físicos: são as barreiras que limitam o contato ou acesso direto a informação ou a infra-estrutura que a suporta.
· Controles lógicos: são as barreiras que impedem ou limitam o acesso a informação, que está em ambiente controlado, geralmente eletrônico.

Ameaças à segurança

As ameaças à segurança da informação são relacionadas diretamente à perda de uma de suas 3 características principais (Perda de: confidencialidade, Integridade e Disponibilidade).

1) O que você entende por política de segurança?
2) O que o autor do texto quis dizer com a frase: “nota-se que normalmente as pessoas são o elo mais frágil quando o assunto e segurança da informação”.
3) Você concorda com a citação: “nos últimos anos, praticamente nula”.
4) O que o avanço tecnológico trouxe de melhorias para a segurança da informação?
5) Imagine uma loja de roupa de surf:

a) É menos dispendioso previnir ou corrigir danos.
b) Qual o grau de segurança a ser imposto ao sistema de informação.
c) Qual o nível de legalidade das medidas de seguranças desejadas.
d) De exemplos de segurança de informação em seu cotidiano.


19/05
Nivel de Segurança

Depois de identificado o potencial de ataque, as organizações têm que decidir o nível de segurança a estabelecer para uma rede ou sistema os recursos físicos e lógicos a necessitar de proteção. No nível de segurança devem ser quantificados os custos associados aos ataques e os associados à implementação de mecanismos de proteção para minimizar a probabilidade de ocorrência de um ataque.

Políticas de Segurança

As políticas de segurança devem ter implementação realista, e definir claramente as áreas de responsabilidade dos utilizadores, do pessoal de gestão de sistemas e redes e da direção. Deve também adaptar-se as alterações na organização.
O documento que define a política de segurança deve deixar de fora todos os aspectos técnicos de implementação pode variar ao longo do tempo. Deve ser também um documento de fácil leitura e compreensão, além de resumido.
Existem duas filosofias por trás de qualquer política de segurança:
A proibitiva (tudo que não é expressamente permitido é proibido) e a permissiva (tudo que não é proibido é permitido).
Os elementos da política de segurança devem ser considerados:
Disponibilidade. (limites de acesso)
Utilização. (senha acesso livre)
Integridade. (nível de segurança hierárquico)
Autenticidade. (fraudes, alterações).
Confidencialidade. (confiante desordem de dados, senha para reintegrar dados).

Políticas de senhas

Dentre as políticas utilizadas pelas grandes corporações a composição da senha ou password é a mais controversa. Por um lado profissionais com dificuldade de memorizar varias senhas de acesso, por outro funcionários displicentes que anotam a senha sob o teclado no fundo das gavetas, em casos mais graves o colaborador anota a senhora no monitor.
Recomenda-se a adoção das seguintes regras para minimizar o problema:
Senha com data para expiração.
Inibir a repetição.
Obrigar a composição com numero mínimo de caracteres numérica e alfabéticos.
Criar um conjunto possíveis senhas que não podem ser utilizadas.





26/05
Qualidade.

O termo qualidade vem do latim qualitate, e é utilizado em situações bem distintas. Como o termo tem diversas utilizações, o seu significado nem sempre é de definição clara e objetiva.
No que diz respeito aos produtos e/ou serviços vendidos no mercado, há varias definições para qualidade: “conformidade com as exigências dos clientes”, “relação custo/beneficio”, “adequação ao uso”, “valor agregado, que produtos similares não possuem”, “fazer certo à primeira vez”, “produtos e ou serviços com efetividade”. Enfim , o termo é geralmente empregado para significar “excelência” de um produto ou serviço.
A qualidade de um produto ou serviço pode ser olhada de duas formas: a do produtor e a do cliente. Do ponto de vista do produtor, a qualidade se associa à concepção e produção de um produto que vá ao encontro das necessidades ao cliente. Do ponto de vista do cliente, a qualidade está associada ao valor e à utilidade reconhecida ao produto, estando em alguns casos ligada ao preço. Do ponto de vista dos cliente a qualidade não e unidimensional. Quer dizer, os clientes não avaliam um produto tendo em conta apenas, uma das suas características, mas varias. Desse modo pode ser difícil ate para o cliente exprimir o que considera um produto de qualidade.
Do ponto de vista da empresa, contudo, se o objetivo é oferecer produtos e serviços (realmente) de qualidade, o conceito não pode ser deixado ao acaso tem de ser definido de forma clara e objetiva. Isso significa que a empresa deve apurar quais são as necessidades dos clientes, definir os requisitos.
Controle da qualidade, garantia da qualidade e gestão da qualidade e gestão da qualidade são conceitos relacionados com o de qualidade na industria e serviços. Os conceitos são usados em varias áreas. Gestão da qualidade é o processo de conceber, controlar e melhorar os processos da empresa, quer sejam processos de gestão, de produção, de marketing, de gestão de pessoal, de faturação, de cobranças ou outros. Garantia da qualidade são as ações tomadas para redução de defeitos. Controle de qualidade são as ações relacionadas a medição da qualidade, para diagnosticar se os requisitos estão a ser respeitados e se os objetivos da empresa estão a ser atingidos.
Dessa forma, caso ocorra alguma dificuldade durante a realização das ações, o gestor poderá visualizar as conseqüências, e com isso estabelecer mudanças.

Gestão da qualidade total

(total quality management “QM”)

Consiste numa estratégia de administração orientada a criar consciência da qualidade em todos os processos organizacionais.
Compõe-se de diversos estágios. Ex: planejamento, organização, controle e liderança.
Tem sido utilizada, na atualidade, por organizações publicas e privadas.
Tornou a certificação e a busca da qualidade e do reconhecimento. (satisfação e confiança, aumento de produtividade, redução de custos, melhora da imagem e possibilidade em acesso mais rápido e fácil a novos mercados).



02/06

Introdução à Sistemas Inteligentes
Inteligência Artificial (IA)

Área de pesquisa da ciência da computação dedicada a buscar métodos ou dispositivos computacionais que possuam ou simulem a capacidade humana de resolver problemas, a pensar ou, de forma ampla, ser inteligente.
A IA que estudaremos é, no entanto, aquela embutida em aplicações reais do cotidiano.

Etapas da IA:

*Objetivo: construir (e aprender a construir) programas que, segundo critérios definidos, exibem um comportamento inteligente na realização de uma dada tarefa.

*Decomposta em várias sub áreas: representação do conhecimento, percepção, aprendizagem, processamento de linguagem natural e planejamento.

*Interagido com outras áreas: Computação, sociologia, estatística, economia, psicologia, lógica entre outras.


Como a IA resolve problemas?

*Autonomia (raciocínio com conhecimento)
*Adaptabilidade e aprendizagem
*Comunicação, cooperação e interoperabilidade.
*Personalidade.



Gente, procurei nas minhas coisas, mas não tenho matéria do dia 28/04, creio eu que não tenha tido nada, mas se alguém tiver, peço que me mande, e eu posto logo em seguida. Bjo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Matéria de RVS

O Rádio no Brasil

"A partir de agora todos os lares espalhados pelo imenso território do Brasil receberão livremente o conforto moral da ciência e da arte pelo milagre das ondas misteriosas que transportam, silenciosamente, no espaço, as harmonias" Roquette Pinto

Roquette Pinto está por trás da inauguração da primeira emissora brasileira. Juntamente com Henrique Morize (então presidente da Academia de Ciências), ele inaugurou em abril de 1923 a primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. A propósito, não é a toa que as primeiras emissoras mantinham em seu nome os termos “sociedade” ou “clube”. As emissoras surgidas durante toda a década de 1920 eram empreendimentos não-comerciais mantidos por grupos de aficcionados por rádio, geralmente cientistas, intelectuais e pessoas ligadas à cultura. Com o objetivo de disseminar cultura e informação, na realidade, serviam mais para a diversão dos membros dessas sociedades ou clubes, mantidos por sócios que pagavam mensalidades e cuidavam também de suas programações, inclusive escrevendo, tocando, cantando e ouvindo eles mesmos. Um fator que contribuía muito para isso era o elevado custo do aparelho receptor.
Ainda na década de 1920, entre outras, algumas rádios que ganharam voz foram:
Rádio Club do Brasil (Rio de Janeiro),
Rádio Clube Paranaense – ambas em 1923 – além das Rádio Clube de Pernambuco e Educadora Paulista (atual Gazeta), essas duas em 1924, e também a Rádio Cruzeiro do Sul (1927).
Não havia propaganda para sustentar a radiodifusão brasileira. Apesar disso, pelo que se conta, a Rádio Cruzeiro do Sul foi responsável por colocar no ar o primeiro programa patrocinado. Esse primeiro anunciante foi a companhia de petróleo Atlantic.

Década de 30: Propaganda e profissionalização
O final da década de 1920 conta com a colaboração de alguns espertos e empreendedores comerciantes. Animados com o surgimento das fábricas de rádio, eles começam uma verdadeira cruzada para espalhar o novo meio de comunicação. Um desses pioneiros vendedores de rádio foi Ademar Casé.
Seu método era, no mínimo, curioso: ia até a casa ou escritório do cliente em potencial numa hora em que sabia que ele não estava. Lá, deixava o rádio ligado e um recado, dizendo que voltaria para conversar mais tarde. Com essa técnica, Ademar Casé vendeu tanto aparelho a ponto de conquistar a confiança da Philips (fábrica da qual era representante), que, alguns anos mais tarde - em 1932 – patrocinou o primeiro programa de “horário comprado” do rádio brasileiro.
O Programa Casé teve longa e vitoriosa vida. Baseado em instruções da BBC de Londres, Casé revoluciona o conceito de rádio, fazendo um programa ágil e popular, com quadros fixos (um deles apresentado por Noel Rosa aos Domingos).
Esse foi só o primeiro passo de um grande arranque que o rádio viveu nos anos de 1930. Um fator foi primordial para esse crescimento: a propaganda. Autorizada por Getúlio Vargas em 1932, a publicidade no rádio começou com patrocínios e logo em seguida com comerciais avulsos, na forma de textos lidos pelos locutores e de jingles – anúncios cantados.
A propaganda se tornou a fonte geradora de recursos para a evolução do rádio em termos de número de emissoras e de qualidade de programação, iniciando um processo de profissionalização que, juntamente com a disseminação dos aparelhos receptores, transformou o rádio no mais popular meio de comunicação da primeira metade do século XX.
Com mais verbas, os quadros passaram a contar com a participação crescente dos artistas da música popular da época, como Carmem Miranda e Ary Barroso. O destaque nessa época era a rádio Mayrink Veiga (RJ).
Em termos de programação, surgem muitos programas de humor, como o de Nhô Totico (na Rádio Cultura de São Paulo). Totico foi pioneiro na criação de uma escolinha com tipos curiosos. Detalhe: ele fazia sozinho todas as vozes dos personagens.
Os programas de auditório também proliferam, representando a oportunidade do público conhecer seus ídolos e participar dos programas.
“Calouros em Desfile”, de Ary Barroso;
“Domingo Alegre”, de Paulo Gracindo (que tinha como auxiliar Chacrinha) e
“Papel Carbono”, de Renato Murce são alguns dos programas mais populares dos anos 1930.

“Meus amigos, muito boa-noite. Vou dar início a mais uma transmissão do programa ‘Calouros em Desfile’, como sempre, patrocinado por Toddy do Brasil Sociedade Anônima. No verão as pessoas de estômago delicado encontram em Toddy o alimento de mais fácil digestão e mais proveitosa assimilação. Toddy frio é delicioso, leve e refrescante.”

As empresas jornalísticas, que no início evitavam apresentar notícias sobre o rádio, percebem que não há como evitar a popularização do novo meio de comunicação. A máxima passa a ser: “se não podemos vencê-lo, vamos nos juntar a ele”. Os jornais impressos investem e criam suas próprias estações de rádio como forma de ampliar seus empreendimentos. É o caso da Rádio Jornal do Brasil, da Tupi (ligada aos “Diários Associados”, de Chateubriand) e da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que nasceu como “filha” do jornal “A Noite”, de acordo com o produtor Paulo Tapajós.

Anos 1940: a época de ouro
Nos anos de 1940, vendo o rádio ter sua credibilidade e prestígio impulsionados, Getúlio Vargas encampa a empresa “A Noite”, incluindo a Rádio Nacional. Por um lado, o rádio passa a ser usado como instrumento do governo, já que a partir da emissora carioca irradiava-se para todo o país os atos, discursos do presidente e dos ministros. Por outro lado, a Nacional ganha recursos financeiros, humanos e técnicos, disparando na audiência e no faturamento, chegando a ser a 5ª emissora do mundo.

Almirante, considerado “a maior patente do rádio”, passa a estruturar os programas de auditório com a presença de narrador, músicos e comediantes – fórmula de tremendo sucesso durante décadas.

Anos 1940: a época de ouro Radionovela
O rádio brasileiro da década de 1940 descobre outros rumos. Tendo como embrião o radioteatro, difundido na década anterior pelas rádios Record, Mayrink Veiga e Nacional, a radionovela entra em cena.
Em 12 de Julho de 1941, entra no ar a primeira radionovela do país.
O locutor da rádio Nacional anunciou:
- “Senhoras e senhoritas, o famoso creme dental Colgate apresenta o primeiro capítulo da empolgante novela de Leandro Blanco, em adaptação de Gilberto Martins: Em busca da felicidade”.
As radionovelas logo alcançaram sucesso, a ponto de algumas emissoras chegarem a transmitir 16 novelas simultaneamente.

A Rádio São Paulo tinha toda a sua programação destinada ao gênero. Na esteira das radionovelas, criam-se novas funções complementares ao trabalho dos atores, como o contra-regra (também chamado de sonoplasta), responsável por todos os efeitos sonoros. A credibilidade dos dramas radiofônicos era muito grande, prova disso é que quando uma personagem engravidava, por exemplo, não demoravam a chegar brinquedos e casaquinhos de tricô à emissora.

Outros estilos que se consolidaram na década de ouro do rádio foram o jornalístico e o esportivo.
A Panamericana (Jovem Pan) em São Paulo e a Continental no Rio de Janeiro se especializaram nas transmissões esportivas; enquanto Record, Nacional e Tupi apostavam no jornalismo.
Na mesma época, a Rádio Tupi paulista reage e monta um radiojornal com estrutura semelhante ao jornal impresso. O Grande Jornal Falado Tupi trazia manchetes e assuntos específicos divididos em editorias de política, esportes etc.

Entre 1945 e 1955, o rádio detinha a maior fatia das verbas publicitárias
Entre o final da 2ª Guerra Mundial e a metade dos anos 1950, o rádio viveu seu apogeu. Foi o período em que o meio alcançou sua maior importância relativa, sendo o mais consumido e para o qual se destinava a maior parte das verbas publicitárias. O rádio era o centro de tudo e, de uma forma ou de outra, todas as coisas eram disseminadas, tratadas e influenciadas pelo meio de comunicação.

Três fatos revelam a supremacia do rádio nesse período:
a eleição da “Rainha do Rádio”, que mobilizava todo o país e dividia o público;
a grande circulação de revistas especializadas em rádio (como “Revista do Rádio” e “Radiolândia”)
e o incrível número de cartas recebido pela Rádio Nacional entre os anos de 1945 e 1955: quase oito milhões.

Rainhas do Rádio

Era comum que diversas cantoras se candidatassem todos os anos ao título de Rainha do Rádio. A disputa do título para o ano de 1954, por exemplo, inicialmente ocorreu entre Emilinha Borba, Marlene (Victória Bonaiutti De Martino), Linda Batista, Dalva de Oliveira, Dóris Monteiro, Carmélia Alves, Nora Ney, Adelaide Chiozzo e Linda Batista.


O quadro abaixo apresenta os resultados da disputa ao longo da década de 1950, no qual se destaca o fenômeno de popularidade de Ângela Maria.

1949 Marlene 529.982
1951 Dalva de Oliveira 311.107
1952 Mary Gonçalves 744.826
1953 Emilinha Borba 691.515
1954 Ângela Maria1.464.996
1955 Vera Lúcia 565.636
1956/1957 Dóris Monteiro 875.605 *
*Fonte: Tavares, Reynaldo C. Histórias que o Rádio não contou


Revistas: Radiolândia, Revista do Radio

Radiolândia: Uma série de charges de Walter Braga, publicadas na revista Radiolândia em 1950 capta este tipo de integração. Nelas vê-se a personagem Risoleta em suas atividades diárias, sempre acompanhada da “voz do rádio”. Enquanto enfrenta os incômodos do trem lotado, Risoleta houve pelo rádio “Estamos no Trem da Alegria, programa de Héber de Bôscoli”.

Revista do Radio: As matérias da Revista do Rádio associavam com freqüência a imagem do artista à família, como representações de “lar ajustado e feliz”, ilustradas com muitas fotografias em que se destacam os bens adquiridos como casas e reformas de apartamentos, fruto do “sucesso e de batalha pessoal”.

Nas duas publicações havia espaço reservado para cartas dos leitores, onde o público se pronunciava acerca de suas preferências, mandava recados para os seus ídolos, tanto “queixosos” quanto “elogiosos”. Este espaço colocava-se como um canal aberto entre o público e os artistas.

A partir de 1955, o rádio se abala com a televisão

A TV já existia desde 1950, mas foi a partir de 1955 que o rádio começou a ver seu império ameaçado. Alguns motivos foram fundamentais para o período de retração que o rádio viveu: no caso das empresas proprietárias de rádio e televisão, como a pioneira Tupi, os recursos adquiridos com o sucesso da emissora de rádio passaram a ser usados como investimentos para a implantação da TV; a TV levou os principais talentos do rádio para administrar e produzir sua programação, que também ficou com parte das verbas publicitárias da época.

“Muita gente acha que foi o governo militar, depois do golpe de 64, que provocou a queda da emissora. Mas foi a TV que pegou o que o rádio tinha de melhor. A Nacional, por exemplo, perdeu seus músicos e toda a parte comercial para a Globo e ficou enfraquecida.
Osmar Frazão, ex-diretor da rádio Nacional, radialista, pesquisador e historiador

O rádio precisa reencontrar seu caminho. Um processo de profunda alteração teve início por volta de 1960. Os programas se voltam para o público jovem e as apresentações ao vivo (programas de auditório) praticamente saem do ar. Conhecida como a fase do “vitrolão”, as rádios passam a fazer suas programações a partir dos discos. Aparece o “Disc-Jockey” e com eles o esquema de rádio musical e também as emissoras ecléticas, que misturavam diversos gêneros, buscando atender diversos públicos.

Um grande impulso a esse novo rádio veio ainda nos anos de 1960. O transistor, um invento americano massificado pelos japoneses, permite que o rádio assuma características de meio individual de consumo. O rádio deixa a posição central que possuía nas salas de estar e começa a caminhar em carros, por todos os ambientes das casas, além de acompanhar as pessoas em seu trabalho, aumentar a emoção dos torcedores nos estádios e de correr pelos parques.

O esporte e o noticiário crescem em importância. A prestação de serviços é a tônica desse “novo” meio. A música ganha destaque principalmente através da Rádio Excelsior. Criada em 1968, “a máquina do som” representou um divisor de águas no rádio pop. A Excelsior foi a primeira emissora com formato exclusivamente musical e programação 24 horas voltada para o jovem. Representou mais ou menos o mesmo que a MTV para a TV.

A partir de 1980, a FM é uma alternativa
A dedicação à programações essencialmente musicais se intensificou com o surgimento das emissoras de Freqüência Modulada (FM). No final dos anos 1970, as FMs já seguiam o padrão “festivo” (com locutores animados e ritmo frenético) que perdura em boa parte das emissoras até hoje.
No AM, os antigos animadores de auditório dão espaço para o surgimento dos grandes comunicadores (de Paulo Lopes a Gil Gomes, de Eli Corrêa a Osmar Santos).

Mudando novamente para o FM, no início todas as emissoras eram muito parecidas. Para alcançar seus públicos específicos a segmentação é o caminho encontrado. O público passa a encontrar exatamente o que busca: rádio rock, rádio especializada em sucesso, samba, axé, música ambiente, flashback.
Pela necessidade de sobreviver com menos investimentos e a busca por um maior retorno, as emissoras começam a apostar na formação de redes nacionais (o pioneirismo foi da Transamérica), empregando uma linha básica de programação com pouco espaço para as produções regionais. A propaganda também é unificada, em boa parte das programações em rede.

“FM só de notícias? Isso é absurdo!”
Nos anos 90, apesar do enorme número de ouvintes, a audiência ficou muito dividida entre as muitas emissoras que brigam pela audiência no dial. Para conquistar novos públicos, a CBN deu início a uma nova tendência, a de FMs com conteúdos tradicionalmente destinados ao AM. Já em 1995, a CBN apostou numa programação que só “toca notícia”.
Atualmente, é cada vez mais comum encontrar em freqüência modulada, noticiários, serviços e transmissões de futebol. Na verdade, isso se deve à dificuldade crescente em se sintonizar uma emissora em Ondas Médias (AM), principalmente em trânsito.

Segundo um estudo publicado no jornal Meio & Mensagem (de Setembro de 2003), o público, tanto de AM como de FM, precisa e deseja estar informado. O tempo que dispõe para isso é cada vez menor, quase sendo impossível se dedicar à leitura atenta e constante de periódicos como jornais e revistas e até mesmo assistir a telejornais. Além disso, em grandes centros, como São Paulo e Rio, o trânsito força as pessoas a ficarem cada vez mais confinadas durante um bom tempo em seus carros. Isto tem levado os ouvintes a buscar informações justamente nesses momentos, por meio do rádio. Como as emissoras AM sofrem muitas interferências em suas transmissões, as de FM têm roubado a atenção desses ouvintes. O mesmo acontece em relação à transmissão de partidas de futebol, que ocorre até mesmo em uma emissora essencialmente jovem como a Transamérica.
1980 - Existem 1200 emissoras de rádio instaladas no Brasil.
1999 - emissoras em 57 anos.
1983 - A Rádio Transamérica RJ, integrava a Rede Transamérica (naquela época não havia programação de rádio via satélite) a cabeça da rede ficava em São Paulo, onde eram gravadas as músicas em fitas de rolo e os programas. Os rolos de fita eram distribuídos por transportadoras que abasteciam as emissoras próprias e afiliadas em todo o país. Neste ano a Transamérica elaborou um piloto demonstrativo em fita K-7 e distribuiu nas agências de publicidade, com um resumo de tudo que rolava em sua programação.


1987 - A Rádio Melodia muda sua programação para evangélica.


Igrejas na Radiodifusão

Igrejas TVs Repetidoras Rádios
Universal 79 47 80

Católica 4 178 190

Batista 100

Adventista
do 7º dia 4 21

Assembléia
de Deus 4 12

Evangelho
Quadrangular 1 4

Renascer
em Cristo 1 6


CAPARELLI, Sérgio Comunicação & televisão Desafios da Pós Globalização - 2004


Datas Importantes
1990 - 12 de março - Neste dia o então presidente da República José Sarney, antes de deixar o poder, assina e distribui 45 concessões para instalação de emissoras de rádio no país.
1993 - 16 de abril - A Rádio Jornal do Brasil Am é vendida para um grupo de evangélicos e muda de nome e de programação.
1997 - O percentual de domicílios brasileiros com aparelhos de rádio chega a 90,3%, contra 84,9% em 1992, segundo o IBGE.
Na Região Sul, o índice é de 94,8%;
na Região Sudeste, 94,3%;
na Região Centro-Oeste, 87,2%;
e na Região Nordeste, 83,3%.
São 71 milhões de aparelhos, 1.365 emissoras Am e 296 emissoras Fm.
74 anos de rádio
1999 - Nesse ano, uma das mais ouvidas rádios adultas do Rio, a Alvorada FM, para comemorar seus dez anos de existência, durante dez meses, montou uma programação que tinha dez horas diárias só de música brasileira, que era, inclusive, todo o horário nobre da rádio: das 8h às 18h. E essa iniciativa foi um verdadeiro sucesso. Ao fim desses dez meses, a rádio voltou à sua programação normal, que mesclava música brasileira com internacional.
2001 - Maio, o Sistema Globo lança a Globo Brasil. (transmissão da programação em rede para emissoras Globo AM do Brasil)
2001 - Existem 2965 emissoras de rádio instaladas no Brasil.
78 anos de rádio
2002 - Em julho sai do ar o programa diário e histórico da Rádio Globo Am: "Programa Haroldo de Andrade". (O Programa estava no ar desde 1960, ficou 42 anos no ar).
2005 - 26 de outubro - O Brasil é o quarto país do mundo a adotar o rádio digital. Emissoras já transmitem assim, mas nossos aparelhos ainda são analógicos. Além de ouvir estações de rádio com qualidade de CD, o sistema digital possui outras vantagens bem interessantes ao ouvinte. A primeira é que não há interferência, tão comum em rádios Am, a outra vantagem é a convergência de mídias, já que o aparelho de rádio digital pode receber textos e imagens.
2006 - A partir de hoje, 7 de novembro, será comemorado o Dia do Radialista. No antigo calendário nacional de comemorações, o Dia do Radialista era festejado em 21 de setembro. Um Projeto de Lei de autoria do deputado federal Sandes Júnior (PP–GO) transfere a comemoração para a data do nascimento do compositor Ary Barroso, que também era radialista. O texto sancionado pelo Presidente da República, em 24 de julho de 2006, está na Lei 11.327 e homenageia todos os profissionais que tornam o rádio mais dinâmico e interessante.
2007 - 19 de junho - Uma das duplas sertanejas de maior sucesso no país, Zezé Di Camargo & Luciano, criticou o fato da maioria das rádios do Rio de Janeiro não tocar músicas sertanejas. Para os artistas, o mercado carioca é o único que não acompanha a tendência nacional. Os dois irmãos afirmaram que a realização de shows com grandes platéias na capital fluminense só ocorre porque eles possuem um público fiel. "Continua sendo um desafio fazer o Rio", destacou Luciano. Zezé define o quadro como um "apartheid musical". De acordo com o cantor, as rádios do Rio dão muito espaço ao funk e ao pagode, inibindo a divulgação de outros estilos musicais. "As nossas músicas acontecem no Brasil e não acontecem aqui", disse Zezé.


Principais Características do Rádio
Linguagem oral: esta característica faz do rádio o meio mais popular, isto é, o rádio não exige que o público seja alfabetizado. Para receber a mensagem, basta ouvir. Por outro lado, se a fala não for clara, objetiva e direta, o ouvinte perde a informação, pois – ao contrário da mídia impressa – ele não pode voltar e acompanhar a informação novamente.
Instantaneidade: a mensagem só pode ser recebida no momento em que é emitida. Isto é uma desvantagem em relação ao meio impresso, que possibilita ao leitor ler as notícias no momento que lhe convier. No entanto, atualmente, com a disponibilidade de alguns programas de rádio em formato MP3 nos sites das emissoras, esta desvantagem desaparece, pois é possível ouvir o que se quer, na hora em que se desejar (mídia sob demanda).
Imediatismo: os fatos podem ser transmitidos no instante em que ocorrem, basta que o repórter esteja no local e tenha um telefone celular.
Meio de maior alcance, maior audiência e maior penetração (em alguns casos é o único meio de se obter informações). Em termos geográficos, o rádio é o mais abrangente, já que, ao atingir pontos remotos e de difícil acesso a outros meios, ele tem abrangência nacional. Com as transmissões via satélite, as emissoras aumentaram seu alcance. Mas, por ser simples tecnologicamente, o rádio também possibilita a existência de emissoras locais ou comunitárias, que têm como missão emitir mensagens mais próximas do estilo de vida de seus ouvintes.
Mobilidade: ao mesmo tempo em que a pessoa escuta o rádio é possível exercer outras atividades, como lavar roupa, dirigir o carro, andar de bicicleta etc. Em relação às emissoras, a mobilidade também é um aspecto positivo. O rádio tem facilidade para transmitir diretamente do local dos acontecimentos, contando, inclusive, com a participação de “ouvintes-repórteres” que flagram algum acidente ou informação importante.
Baixo custo: o rádio, como aparelho físico é muito barato, tornando-se acessível à população de baixa renda. É também o meio mais barato para produção e veiculação de peças publicitárias (custo por mil).
Prestação de Serviços (utilidade pública): desde a década de 1960, o rádio encontrou na prestação de serviços um de seus mais nobres caminhos. Emissoras genuinamente jornalísticas, como Bandeirantes e Jovem Pan, desenvolvem uma série de campanhas com o objetivo de alertar autoridades, denunciar ilegalidades ou até mesmo intervir de forma positiva na paisagem da cidade.
Sensorialidade: esta característica permite envolver o ouvinte despertando a sua imaginação. Ex: Orson Welles – 1938 – narrando “A Guerra dos Mundos”. Ao levar em conta todos os detalhes, proporcionando a emoção certa para cada palavra e o uso adequado dos recursos de sonoplastia, as mensagens ganham maior alcance.
Autonomia: o aparelho funciona sem fios ou tomadas, podendo ser carregado no carro, no ônibus, de bicicleta ou a pé por uma única pessoa. Com isso, o rádio fala para muitos ao mesmo tempo, mas faz isto de forma individualizada. Essa característica deve ser levada em conta. Ao apresentar um programa no rádio, fale para cada ouvinte em particular. Por exemplo: “agora a hora certa pra você que está se preparando para sair de casa...”

O futuro do rádio
Mesmo com a migração de parte dos ouvintes para a FM, a vitalidade do rádio AM se comprova em momentos como a oração do Padre Marcelo Rossi, que ultrapassa 1 milhão de ouvintes por minuto; já a Bandeirantes AM está rindo a toa com o sucesso do “Na Geral”. Acredita-se que com a implantação do rádio digital, haverá uma sensível melhora na qualidade de recepção em Ondas Médias. Além de propiciar uma transmissão sem chiados, o rádio digital também permitirá inovações importantes, como a veiculação de informações escritas e atuais no visor do aparelho de rádio, ampliando as possibilidades do meio.

Rádio + TV = menor custo, maior qualidade
• O grupo Record aposta na integração entre suas emissoras de rádio e TV para aumentar a qualidade de programação e diminuir custos. Desde Julho de 2003, a programação da Record AM está apoiada no tripé: jornalismo, entretenimento e comunicação popular. Isto permite que se misture a agilidade dos comunicadores de rádio à força da imagem dos apresentadores de TV. Personalidades como Eleonora Paschoal, Ricardo Capriotti e Percival de Souza estão presentes tanto no rádio quanto na TV.

• A rádio Record utiliza a estrutura da Central Record de Jornalismo. Essa integração permite à TV Record que se beneficie da instantaneidade da comunicação do rádio no período da manhã, onde o trânsito é o principal foco e a informação é mais importante do que a imagem. Por outro lado, a repórter Eleonora Paschoal, quando não está transmitindo uma informação para a TV, entra no ar para informar sobre trânsito no rádio.

• Por falar em trânsito, outra tendência crescente nas emissoras é a participação dos chamados “ouvintes-repórteres”, que narram como estão os seus caminhos pela cidade ou pelas estradas.


"O Rádio é o jornal dos que não sabem ler; o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre, é o animador de novas esperanças; o consolador dos enfermos, o guia dos sãos, desde que realizem com espírito altruísta e elevado".

Edgard Roquette Pinto

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A TV NO BRASIL

No dia 18 de setembro de 1950 a TV Tupi de São Paulo, PRF-3 TV,
canal 3, foi inaugurada.
Era a concretização do sonho de um pioneiro da comunicação no Brasil: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, que já controlava uma cadeia de jornais e emissoras de rádio chamada Diários Associados.

Diários Associados
• 34 jornais
• 36 emissoras de rádio
• 18 estações de televisão
• 1 agência de notícias
• 1 revista semanal ( O Cruzeiro)
• 1 mensal (A Cigarra)
• várias revistas infantis e uma editora.


Chateaubriand havia encomendado à RCA equipamento para duas emissoras de televisão. A antena foi instalada no edifício do Banco do Estado de São Paulo.
"TV na Taba", apresentado por Homero Silva, foi o primeiro programa transmitido. Teve a participação de Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi, Ciccilo, Lia Aguiar, Vadeco, Ivon Cury, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna, Aurélio Campos, do jogador Baltazar e da orquestra de George Henri.
Logo, com ajuda dos profissionais do rádio, jornal e do teatro, as transmissões aconteciam das 18 às 23h e foi colocado no ar o primeiro telejornal:
"Imagens do Dia".

A 1ª TV é regional 100km e ao vivo

A TV brasileira é a primeira da América Latina?
NÃO.
Na verdade é a primeira da América do Sul. O México começou 15 dias antes da TV brasileira.
A TV brasileira é a 5ª do mundo e a 1ª na América do Sul.

A TV brasileira surge do capital privado (Modelo de televisão Americano)
Os anunciantes tem função na programação.
Os primeiro anunciantes da Tv Brasileira foram : Sul América Seguros, Antárctica, Moinho Santista e empresas Pignatari (Prata Wolf).
Só em 1963 é que aparece a TV Pública que é a TV Cultura.

1951
Já no ano seguinte a inauguração existiam, aproximadamente, 7 mil aparelhos de televisão entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Começam também a fabricar no Brasil aparelhos receptores de TV. Os primeiros foram da marca "Invictus", de Bernardo Kocubej.

"Sua vida me pertence", a primeira telenovela brasileira, vai ao ar.
Escrita e dirigida pelo também ator Walter Forster,ela não era diária mas exibida duas vezes por semana e teve apenas vinte e cinco capítulos.
Ficou famosa também por ter acontecido o primeiro beijo da televisão brasileira.


Vida AlvesAtriz, autora, produtora, apresentadora.


1952
Na Tupi já estavam no ar os seguintes programas: "TV de Vanguarda", o primeiro e mais importante teleteatro da TV brasileira, "Clube dos Artistas", único dos programas pioneiros a ficar no ar até 1980 e a primeira adaptação do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" de Monteiro Lobato, escrita por Tatiana Belinky e dirigida por Júlio Gouveia.

1953
Um sucesso do rádio encanta e faz sucesso na TV: "Repórter Esso". Foi ao ar pela primeira vez no dia 17 de junho.
Em 27 de Setembro foi inaugurada a TV Record de São Paulo.
Na TV Paulista vai ao ar o primeiro "circo" na TV: "Circo do Arrelia", que depois foi apresentado pela TV Record; e "A Praça da Alegria", apresentada por Manoel de Nóbrega.

1954
Criado em 1954, o IBOPE -Instituto Brasileiro de Opinião e Pesquisa fornecia a audiência.

O primeiro seriado produzido no Brasil vai ao ar. Era estrelado por Ayres Campos e Idalina de Oliveira, foi exibido na TV Record. Era o "Capitão 7".

O super-herói brasileiro é uma mistura de Super-Homem, Capitão Marvel e Flash Gordon. A sua origem conta que o menino Carlos vivia com seus pais numa pacata cidade do interior paulista. Certo dia, eles ajudaram um alienígena perdido, que em retribuição, enviou Carlos para o Sétimo Planeta, onde foi educado por uma raça superior e desenvolveu habilidades especiais. Ganhou super - força, super-inteligência, capacidade de vôo e um uniforme atômico, que era azul com o número sete em amarelo no peito. Dentro de uma nave espacial, o Capitão 7 estava sempre disposto a enfrentar criminosos, sejam do espaço, da superfície e do subterrâneo da Terra.

Como um simples humano, Carlos mantinha uma vida discreta, na pele de um tímido químico. Sua namorada chamava-se Silvana (Idalina de Oliveira), filha de um tenente da Interpol (Sílvio Silveira).

A série começou a ser transmitida ao vivo, em 1954, posteriormente os episódios foram gravados em película até 1966, num total de 503 histórias.


1955
Em 18 de Setembro de 1955 acontece outro marco importante para a TV Brasileira. Esta é a data da primeira transmissão externa direta com a transmissão do jogo Santos X Palmeiras, na Vila Belmiro, pela TV Record.
Na Tupi faz sucesso "O Céu é o Limite", de J. Silvestre, precursor de todos os programas de perguntas e respostas da TV brasileira.
Para a criançada tinha na TV Record a "Grande Gincana Kibon", iniciado em 17 de Abril daquele ano, ficando no ar por 16 anos.
A TV no Brasil crescia a passos largos. No dia 15 de julho foi inaugurada mais uma emissora: a TV Rio, de João Batista do Amaral e Paulo Machado. Em 8 de setembro é inaugurada a TV Itacolomy de Belo Horizonte.

1956
O sucesso da Tv é tanto que o mercado publicitário investiu pesado. Já em 1956 as três emissoras de TV de São Paulo arrecadavam mais que as treze emissoras de rádio. A essa altura a TV atingia a cerca de um milhão e meio de telespectadores em todo o Brasil.
Mais nove estações da Rede dos Diários Associados (Assis Chateaubriand) são inauguradas: Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza, São Luís, Belém e Goiânia.
"Poliana", a primeira telenovela infantil vai ao ar pela Tupi, com adaptação de Tatiana Belinky e direção de Júlio Gouveia.
Também a Tupi realiza neste ano a primeira transmissão interestadual. Foi o jogo Brasil x Itália, direto do Maracanã no Rio de Janeiro para São Paulo. Para realizar a transmissão o técnico da Tupi, Reinaldo Paim, construiu três antenas, utilizando tela de galinheiro.

1958
Pela primeira vez no Brasil é usado o videoteipe. Foi no "TV de Vanguarda", da TV Tupi de São Paulo, com a apresentação de "O Duelo", de Guimarães Rosa. Ainda não havia a possibilidade de montagem/edição do VT.

Estréia do Chacrinha na TV Tupi

1ª vez que se ouve falar da utilização do ponto eletrônico em TV.


1959
É inaugurada a TV Excelsior de São Paulo.

"Paulistas e Cariocas", da TV Tupi, foi o primeiro programa exibido simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo.


1960
Em 1960 já existiam 200 mil aparelhos receptores de televisão.
Em maio acontece o primeiro incêndio na Tv Record.
O videoteipe passa a ser utilizado com mais regularidade no programa "Chico Anísio Show", dirigido por Carlos Manga. As propagandas que eram apresentadas ao vivo passam a ser gravadas.
Com a inauguração de Brasília, transmitida para todo o Brasil, o governo começa a investir nas transmissões à distância para atingir um maior número de telespectadores. As imagens chegam a São Paulo, Rio e Belo Horizonte e a TV Tupi foi a primeira emissora a ocupar um link e transmitir em cadeia no Brasil, através de 1.200 km, com 7 torres de transmissão.
O primeiro teleteatro a usar o VT foi "Hamlet", de William Shakespeare, adaptado e dirigido por Dionísio de Azevedo, da TV Tupi.


1961
Através de decreto federal, o intervalo comercial é fixado em três minutos e é proibida a participação de menores de 18 anos em programação de debates.
1ª série filmada no Brasil O Vigilante Rodoviário.

Inspirado na Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, criada em 1948 pelo então Governador Adhemar de Barros para dar emprego aos Pracinhas que lutaram na Segunda Guerra, em Março de 1961 foi ao ar pela TV Tupi "O Vigilante Rodoviário", idealizado e dirigido por Ary Fernandes, produzido por Alfredo Palácios e patrocinado pela Nestlé do Brasil. O episódio piloto foi "Diamante Gran Mongol".

O seriado era exibido na quarta-feira em São Paulo e na quinta-feira no Rio de Janeiro às 20hs após o telejornal Repórter Esso. Durante as décadas de 60 e 70 este seriado foi exibido também pela extinta TV Excelsior e pelas TVs Cultura, Globo e Record.

Este foi o primeiro seriado filmado em película de cinema no Brasil, no total foram 38 episódios nos quais os personagens inseparáveis Inspetor Carlos (Carlos Miranda) e seu cão Lobo (King) lutavam contra o crime sempre à bordo de uma moto Harley Davidson 1952 ou de um Simca Chambord 1959.

Hino do VIGILANTE RODOVIÁRIO
(Ary Fernandes)

De noite ou de dia,
firme no volante,
vai pela rodovia,
bravo Vigilante!

Guardando toda estrada,
forte e confiante,
é o nosso camarada,
bravo Vigilante!

O seu olhar amigo,
é um farol que avisa do perigo,
audaz e temerário,
prá agir a todo instante,
da estrada é o Vigilante,

VIGILANTE RODOVIÁRIO !


1961
Na TV Paulista, Sílvio Santos faz sua estréia com o programa dominical "Vamos Brincar de Forca ?", com duas horas de duração

1962

Assis Chateaubriand, em uma cadeira de rodas devido a uma dupla trombose cerebral, faz a doação dos 51% de ações e cotas restantes das empresas Associadas para os mesmos colaboradores, com exceção de seu filho Gilberto que é substituído por Paulo Cabral de Araújo.
O VT é utilizado regularmente, melhorando o acabamento dos programas, e possibilitando a exibição dos mesmos programas em diferentes lugares sem a necessidade de links e transmissores, que custavam muito caros. As imagens gravadas seguiam de carro ou avião e os capítulos das telenovelas podiam finalmente ser gravados com antecedência, diminuindo os erros de texto, barateando o custo de montagem de cenário e possibilitando a exibição de capítulos diários.

Jânio Quadros obriga, por decreto, a dublagem de todos os filmes transmitidos pela TV.

Também por decreto era obrigatória a transmissão diária de 25 minutos de filmes brasileiros.

É alcançada a marca de um milhão de aparelhos de televisão.


1963
Com as modificações implantadas em 1962, a TV Excelsior de São Paulo coloca no ar a primeira telenovela diária:
"2-5499 Ocupado", direção de Tito de Miglio, com Glória Menezes e
Tarcísio Meira.


1964
"O Direito de Nascer", telenovela dirigida por J.B. de Oliveira, o Boni, baseada num script de rádio, vai ao ar na TV Rio.

Com a Ditadura de 64 vieram a censura e os seriados americanos: "Batmasterson", "Bonanza", "A Feiticeira", "Perdidos no Espaço", "Papai sabe tudo" etc.

A TV Excelsior do Rio é inaugurada, criando a linha de shows.


1965
A TV Excelsior também apresentou o "1º Festival da Música Popular Brasileira". A música vencedora foi "Arrastão", de Edu lobo, interpretada por Elis Regina.

Inaugurada a TV Globo do Rio de Janeiro, canal 4 e às 11h do dia 26 de abril de 1965, a Rede Globo de Televisão entra no ar também em São Paulo, através do Canal 5.

Na Record vai ao ar o musical "O Fino da Bossa", com Elis Regina e Jair Rodrigues, marcando o sucesso dos musicais.

Em Agosto, mais precisamente no dia 22, também a Record põe no ar o programa "Jovem Guarda", com Roberto Carlos.

1966
Começa na TV Excelsior "Redenção", a mais longa das telenovelas brasileiras, autoria de Raimundo Lopes, direção de Waldemar Moraes e estrelada por Regina Duarte, Lélia Abramo e Márcia Real. "Redenção" teve 594 capítulos.
(maio 1966 – maio 1968)

Hebe Camargo estréia, em 10 de abril, seu programa dominical na TV Record e é líder de audiência.

Mais um incêndio, em 29 de Julho, atinge os estúdios da TV Record de São Paulo. Mesmo assim é realizado o "2º Festival de Música Popular Brasileira". Venceram: Chico Buarque com "A Banda" e Geraldo Vandré com "Disparada".

A Rede Globo passa a ser dirigida por Walter Clark, vindo da Tv Rio, que implementou um padrão de qualidade à emissora: o até hoje chamado "Padrão Globo".

Sílvio Santos apresenta na TV Globo o programa "Música e Alegria", com 4 horas de duração aos domingos.

A Globo entra firme nas novelas e Gloria Magadan, autora cubana, escreveu para a emissora "Eu compro esta mulher" e "O Sheik de Agadir".

Incêndio na TV Excelsior. Crise financeira na emissora, que chega a atrasar em dois meses o pagamento dos funcionários.

1967

Inaugurada a TV Bandeirantes de São Paulo.

Na TV Record fazem sucesso: os humorísticos "Família Trapo" e "Praça da Alegria", de Manoel da Nóbrega, que antes era exibido pela TV Paulista.

"Os Miseráveis", a primeira novela da Bandeirantes, vai ao ar. É uma adaptação de Walter Negrão e Chico de Assis. Os capítulos tinham 45 minutos de duração.

A Globo populariza a programação, apresentando programas de auditório (Sílvio Santos, Chacrinha e Dercy Gonçalves).

1968
O programa dominical de Silvio Santos passa a ter seis horas de duração.

A TV Record coloca no ar o programa "Quem Tem Medo da Verdade", sob o comando de Carlos Manga. No programa artistas eram julgados por problemas pessoais.

Na Globo fazem sucesso: "Dercy de Verdade", no Rio; "Casamento na TV" e "SOS Amor", ambos apresentados por Raul Longras e "O Homem de Sapato Branco", em São Paulo.

Na Tupi os destaques eram: "Domingo de Verdade", comandado por J. Silvestre e "Os Sete Samurais", onde todos os profissionais, incluindo os técnicos, se vestiam de samurais.

1969
O Brasil inaugura a Estação Terrena de Tanguá e a Estação Rastreadora de Itaboraí, no Rio de Janeiro, para transmissões internacionais via satélite. Através delas foi possível a transmissão da chegada do homem à Lua pela TV Globo.

Foi um ano marcado também por incêndios nas sedes das emissoras:

• Incêndio no Teatro Consolação da TV Record.
• Incêndio na TV Globo de São Paulo. Por causa do incêndio a emissora passou a centralizar no Rio de Janeiro toda a produção de programação da Rede.
• Incêndio da TV Bandeirantes.
• Incêndio no Teatro Paramount da TV Record.

Em 1º de Setembro, estréia o "Jornal Nacional", da Rede Globo, marcando o início das operações em rede no Brasil. O noticiário era apresentado por Heron Domingues e Léo Batista. Foi o primeiro programa regular a ser transmitido em rede nacional e implementou um novo estilo de jornalismo na TV brasileira.
A Rede Globo assume a liderança absoluta de audiência.
No ar, a novela "Véu de Noiva" faz sucesso na Globo.

Na TV Tupi o sucesso era a novela "Beto Rockfeller", idéia de Cassiano Gabus Mendes, escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Lima Duarte e Walter Avancini. Participaram deste sucesso, lembrado até hoje: Luiz Gustavo, lrene Ravache, Bete Mendes e Débora Duarte entre outros. Foi a primeira vez que se incorporava a realidade (ruas e edifícios da cidade e acontecimentos reais) com cenário e pano de fundo de uma novela.

1970
O Censo de 1970 aponta o número de aparelhos de televisão chegou a 4 milhões de lares, atingindo, aproximadamente, a 25 milhões de telespectadores.

Incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro, no dia 10 de Janeiro.

Faz sucesso na Globo a novela
"Irmãos Coragem".

Inaugurada em 25 de Janeiro a TV Gazeta de São Paulo.

1971
Começa a preparação para a implantação da TV em cores. Adaptação de equipamentos e treinamento de técnicos.

O Ministério das Comunicações baixa decreto que regulamenta 3 minutos de comercial para cada quinze minutos de programação.

A novela "Meu Primeiro Amor", da TV Globo, lança o merchandising, com o lançamento de uma nova linha de bicicletas.

1972
O ano da "tv em cores" no Brasil. Em 19 de fevereiro acontece a primeira transmissão a cores da TV brasileira: a Festa da Uva de Caxias do Sul / RS. O sistema adotado no país é o PAL-M e a TV Globo é a mais adiantada na implantação das imagens coloridas.

1973
Vai ao ar pela primeira vez o programa "Fantástico", da Rede Globo. Mesclando informação e variedades fez grande sucesso.
O programa "Caso Especial - Carnê de Baile", da Globo, marca o início das transmissões de programas com imagens coloridas. As emissoras tiveram que melhorar a qualidade de cenários, figurinos, maquiagens, vinhetas, etc, pois a transmissão colorida revelava mais imperfeições que a transmissão em P&B.

"O Bem Amado" da TV Globo foi a primeira novela colorida.

A Tupi começa a trabalhar em rede, contando com um maior número de emissoras que a Globo.

Flávio Cavalcanti, pela TV Tupi, lidera a audiência aos domingos à noite. Polêmico, o programa chega a ser suspenso por 60 dias, devido a dois assuntos abordados: o português que mora na ilha de Marajó e tem um harém, incluindo a própria filha e o marido que empresta a mulher para o amigo porque está impotente.


1974
"João da Silva", a primeira telenovela educativa, vai ao ar. Ela foi realizada pela TV Cultura de São Paulo.
A Globo segue na frente quanto à implantação da programação colorida. Neste ano já soma 8 horas diárias de programação em cores.
A Tupi lança sua programação nacional e centraliza em São Paulo a geração da programação.
Intervalo 12 minutos

1976
A novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes é totalmente vetada pela censura, indo ao ar 10 anos depois.

A Rede Globo inicia a exportação dos seus programas, dublados em espanhol, para países da América Latina.

Roberto Marinho recebe o prêmio internacional Emmy, como Homem Destaque da Televisão.

1977
Decreto regulamenta a propaganda governamental gratuita.

Em 7 de Março, a Globo coloca no ar a versão de maior audiência do "Sitio do Pica-Pau Amarelo", telenovela infantil. (1986)

Inaugurada a TV Guanabara do Rio de Janeiro, fazendo com que a Bandeirantes inicie a formação de sua Rede.
Na TV Tupi a novela das 20h, "O Profeta", faz sucesso e preocupa a TV Globo.

Mais um incêndio na TV Record. A programação da emissora, seriamente prejudicada, acaba sendo mantida com filmes.

Bambalalão programa exibido até 1991


1978
O Telecurso 2º grau, produzido pela Fundação Roberto Marinho e Fundação Padre Anchieta, vai ao ar é torna-se o programa educativo de maior sucesso na TV brasileira.

Novela “Dancing Days” estréia em 10 de julho.

1979
Entra no ar “Malu Mulher”

1980
Em 14 de Julho, sai do ar a primeira emissora inaugurada no país: a TV Tupi de São Paulo. É o fim da Rede Tupi de Televisão. Permanecem no ar somente as TVs Brasília e Itapuã.

O Governo Federal anuncia em 23 de julho de 1980 a abertura de concorrência para a exploração de duas novas redes de TV.
Estavam em jogo as sete concessões que pertenciam à Tupi, mais duas que pertenciam à TV Excelsior de São Paulo e à TV Continental do Rio de Janeiro, também extintas. A primeira nova rede de televisão ficaria com quatro emissoras e a segunda com as outras cinco.

Início das operações do SBT – Sistema Brasileiro de Televisão.

Resultado da concorrência para as duas novas redes de TV:
Ficaram com o empresário Sílvio Santos as seguintes emissoras: Canal 04, de São Paulo; Canal 9, do Rio de Janeiro, Canal 05, de Porto Alegre; canal 02, de Belém.
A outra rede foi entregue ao empresário Adolpho Bloch: Canal 09, de São Paulo; Canal 06, do Rio de Janeiro; Canal 04, de Belo Horizonte; Canal 06, de Recife; e Canal 02, de Fortaleza.

1981
O SBT transmite, ao vivo, em 19 de agosto, a cerimônia de assinatura dos contratos definitivos das concessões dos novos canais de TV para o próprio SBT, de Sílvio Santos e para o Grupo Bloch, de Adolpho Bloch.

1982
A Rede Globo recontrata o Chacrinha e cria o "Caso Verdade", uma espécie de "mini novela" no final de tarde.
A Rede Globo possui 42 estações afiliadas e 5.500 funcionários.
O SBT com 22 emissoras afiliadas e 2.500 funcionários parte para uma linha mais popular, passando rapidamente à vice-liderança

1983

Existem 22 milhões de aparelhos de televisão no Brasil

O “Jornal Nacional” é o programa de maior audiência da televisão Brasileira.

Na TV Gazeta surge Fausto Silva com o programa “Perdidos na Noite”.

Inaugurada a Rede Manchete, com equipamentos de última geração, apresentando filmes e séries premiadas, numa programação voltada para as classes mais altas.

Em julho, durante greve nacional de trabalhadores a TV Bandeirantes teve seus transmissores lacrados.


1984
O SBT coloca no ar 5 capítulos do seriado “Chaves” como experiência e dá certo.
Em dezembro estréia o quadro “Porta da Esperança”.

Na Globo o “Jornal Nacional” alcança 64 pontos no IBOPE.
Transmissão ao vivo pela Manchete dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

1985
Silvio Santos fala para seu público assistir primeiro a novela “Roque Santeiro” e depois assistir o SBT.
Roque Santeiro atinge a marca de 90% de audiência com média de 75 pontos.

“Sítio do Pica-Pau Amarelo” sai do ar.

É criada a campanha Criança Esperança.


1986
Já são 26 milhões e 500 mil aparelhos de televisão em todo o Brasil.

A Rede Manchete tem uma dívida de 103 milhões de dólares. Mesmo com esse rombo lança a superprodução: Dona Beija e alcança elevados índices de audiência em todo o Brasil.

1988
Morre José Abelardo de Medeiros Barbosa Chacrinha.

A Globo colocava no ar ‘Vale Tudo’, de Gilberto Braga, uma das mais ferozes críticas sociais ao Brasil e que levou o país a indagar ‘quem matou Odete Roithman?’, papel de Beatriz Seggal. O vilão vivido por Reginaldo Faria não é punido no final da trama e a novela acaba com ele fazendo o gesto de 'dar uma banana' para todos. ‘Vale Tudo questionava até que ponto valia ser honesto no Brasil’.

1989
Em dezembro a queda do muro de Berlim é transmitida ao vivo.
O IBOPE instala os primeiros aparelhos de peoplementers no mercado de São Paulo.
Estréia o Domingão do Faustão.
Em 09 de novembro a Record é vendida à Edir Macedo por 45 milhões de dólares.

1990
Fernando Collor de Melo toma posse e todas as emissoras de televisão passam por uma grande crise financeira.

A Rede Globo se vê ameaçada. Alguns programas do SBT e da Rede Manchete superam sua audiência em determinados horários.

1996
A Rede Manchete leva ao ar a novela “Xica da Silva”, escrita por Adamo Angel, pseudônimo Walcyr Carrasco, revelando Taís Araújo como protagonista.

Essa foi a primeira novela a ter uma negra como protagonista. Não foi Da Cor do Pecado.

1999
A novela “Louca Paixão”, um remake de “2-5499 Ocupado”, atinge 12 pontos de audiência.

Em agosto a Rede Manchete é vendida para Amilcare Dallevo Júnior por 608 milhões de dólares e passa a se chamar Rede TV!