segunda-feira, 8 de junho de 2009

Matéria de RVS

O Rádio no Brasil

"A partir de agora todos os lares espalhados pelo imenso território do Brasil receberão livremente o conforto moral da ciência e da arte pelo milagre das ondas misteriosas que transportam, silenciosamente, no espaço, as harmonias" Roquette Pinto

Roquette Pinto está por trás da inauguração da primeira emissora brasileira. Juntamente com Henrique Morize (então presidente da Academia de Ciências), ele inaugurou em abril de 1923 a primeira emissora brasileira, a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro. A propósito, não é a toa que as primeiras emissoras mantinham em seu nome os termos “sociedade” ou “clube”. As emissoras surgidas durante toda a década de 1920 eram empreendimentos não-comerciais mantidos por grupos de aficcionados por rádio, geralmente cientistas, intelectuais e pessoas ligadas à cultura. Com o objetivo de disseminar cultura e informação, na realidade, serviam mais para a diversão dos membros dessas sociedades ou clubes, mantidos por sócios que pagavam mensalidades e cuidavam também de suas programações, inclusive escrevendo, tocando, cantando e ouvindo eles mesmos. Um fator que contribuía muito para isso era o elevado custo do aparelho receptor.
Ainda na década de 1920, entre outras, algumas rádios que ganharam voz foram:
Rádio Club do Brasil (Rio de Janeiro),
Rádio Clube Paranaense – ambas em 1923 – além das Rádio Clube de Pernambuco e Educadora Paulista (atual Gazeta), essas duas em 1924, e também a Rádio Cruzeiro do Sul (1927).
Não havia propaganda para sustentar a radiodifusão brasileira. Apesar disso, pelo que se conta, a Rádio Cruzeiro do Sul foi responsável por colocar no ar o primeiro programa patrocinado. Esse primeiro anunciante foi a companhia de petróleo Atlantic.

Década de 30: Propaganda e profissionalização
O final da década de 1920 conta com a colaboração de alguns espertos e empreendedores comerciantes. Animados com o surgimento das fábricas de rádio, eles começam uma verdadeira cruzada para espalhar o novo meio de comunicação. Um desses pioneiros vendedores de rádio foi Ademar Casé.
Seu método era, no mínimo, curioso: ia até a casa ou escritório do cliente em potencial numa hora em que sabia que ele não estava. Lá, deixava o rádio ligado e um recado, dizendo que voltaria para conversar mais tarde. Com essa técnica, Ademar Casé vendeu tanto aparelho a ponto de conquistar a confiança da Philips (fábrica da qual era representante), que, alguns anos mais tarde - em 1932 – patrocinou o primeiro programa de “horário comprado” do rádio brasileiro.
O Programa Casé teve longa e vitoriosa vida. Baseado em instruções da BBC de Londres, Casé revoluciona o conceito de rádio, fazendo um programa ágil e popular, com quadros fixos (um deles apresentado por Noel Rosa aos Domingos).
Esse foi só o primeiro passo de um grande arranque que o rádio viveu nos anos de 1930. Um fator foi primordial para esse crescimento: a propaganda. Autorizada por Getúlio Vargas em 1932, a publicidade no rádio começou com patrocínios e logo em seguida com comerciais avulsos, na forma de textos lidos pelos locutores e de jingles – anúncios cantados.
A propaganda se tornou a fonte geradora de recursos para a evolução do rádio em termos de número de emissoras e de qualidade de programação, iniciando um processo de profissionalização que, juntamente com a disseminação dos aparelhos receptores, transformou o rádio no mais popular meio de comunicação da primeira metade do século XX.
Com mais verbas, os quadros passaram a contar com a participação crescente dos artistas da música popular da época, como Carmem Miranda e Ary Barroso. O destaque nessa época era a rádio Mayrink Veiga (RJ).
Em termos de programação, surgem muitos programas de humor, como o de Nhô Totico (na Rádio Cultura de São Paulo). Totico foi pioneiro na criação de uma escolinha com tipos curiosos. Detalhe: ele fazia sozinho todas as vozes dos personagens.
Os programas de auditório também proliferam, representando a oportunidade do público conhecer seus ídolos e participar dos programas.
“Calouros em Desfile”, de Ary Barroso;
“Domingo Alegre”, de Paulo Gracindo (que tinha como auxiliar Chacrinha) e
“Papel Carbono”, de Renato Murce são alguns dos programas mais populares dos anos 1930.

“Meus amigos, muito boa-noite. Vou dar início a mais uma transmissão do programa ‘Calouros em Desfile’, como sempre, patrocinado por Toddy do Brasil Sociedade Anônima. No verão as pessoas de estômago delicado encontram em Toddy o alimento de mais fácil digestão e mais proveitosa assimilação. Toddy frio é delicioso, leve e refrescante.”

As empresas jornalísticas, que no início evitavam apresentar notícias sobre o rádio, percebem que não há como evitar a popularização do novo meio de comunicação. A máxima passa a ser: “se não podemos vencê-lo, vamos nos juntar a ele”. Os jornais impressos investem e criam suas próprias estações de rádio como forma de ampliar seus empreendimentos. É o caso da Rádio Jornal do Brasil, da Tupi (ligada aos “Diários Associados”, de Chateubriand) e da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, que nasceu como “filha” do jornal “A Noite”, de acordo com o produtor Paulo Tapajós.

Anos 1940: a época de ouro
Nos anos de 1940, vendo o rádio ter sua credibilidade e prestígio impulsionados, Getúlio Vargas encampa a empresa “A Noite”, incluindo a Rádio Nacional. Por um lado, o rádio passa a ser usado como instrumento do governo, já que a partir da emissora carioca irradiava-se para todo o país os atos, discursos do presidente e dos ministros. Por outro lado, a Nacional ganha recursos financeiros, humanos e técnicos, disparando na audiência e no faturamento, chegando a ser a 5ª emissora do mundo.

Almirante, considerado “a maior patente do rádio”, passa a estruturar os programas de auditório com a presença de narrador, músicos e comediantes – fórmula de tremendo sucesso durante décadas.

Anos 1940: a época de ouro Radionovela
O rádio brasileiro da década de 1940 descobre outros rumos. Tendo como embrião o radioteatro, difundido na década anterior pelas rádios Record, Mayrink Veiga e Nacional, a radionovela entra em cena.
Em 12 de Julho de 1941, entra no ar a primeira radionovela do país.
O locutor da rádio Nacional anunciou:
- “Senhoras e senhoritas, o famoso creme dental Colgate apresenta o primeiro capítulo da empolgante novela de Leandro Blanco, em adaptação de Gilberto Martins: Em busca da felicidade”.
As radionovelas logo alcançaram sucesso, a ponto de algumas emissoras chegarem a transmitir 16 novelas simultaneamente.

A Rádio São Paulo tinha toda a sua programação destinada ao gênero. Na esteira das radionovelas, criam-se novas funções complementares ao trabalho dos atores, como o contra-regra (também chamado de sonoplasta), responsável por todos os efeitos sonoros. A credibilidade dos dramas radiofônicos era muito grande, prova disso é que quando uma personagem engravidava, por exemplo, não demoravam a chegar brinquedos e casaquinhos de tricô à emissora.

Outros estilos que se consolidaram na década de ouro do rádio foram o jornalístico e o esportivo.
A Panamericana (Jovem Pan) em São Paulo e a Continental no Rio de Janeiro se especializaram nas transmissões esportivas; enquanto Record, Nacional e Tupi apostavam no jornalismo.
Na mesma época, a Rádio Tupi paulista reage e monta um radiojornal com estrutura semelhante ao jornal impresso. O Grande Jornal Falado Tupi trazia manchetes e assuntos específicos divididos em editorias de política, esportes etc.

Entre 1945 e 1955, o rádio detinha a maior fatia das verbas publicitárias
Entre o final da 2ª Guerra Mundial e a metade dos anos 1950, o rádio viveu seu apogeu. Foi o período em que o meio alcançou sua maior importância relativa, sendo o mais consumido e para o qual se destinava a maior parte das verbas publicitárias. O rádio era o centro de tudo e, de uma forma ou de outra, todas as coisas eram disseminadas, tratadas e influenciadas pelo meio de comunicação.

Três fatos revelam a supremacia do rádio nesse período:
a eleição da “Rainha do Rádio”, que mobilizava todo o país e dividia o público;
a grande circulação de revistas especializadas em rádio (como “Revista do Rádio” e “Radiolândia”)
e o incrível número de cartas recebido pela Rádio Nacional entre os anos de 1945 e 1955: quase oito milhões.

Rainhas do Rádio

Era comum que diversas cantoras se candidatassem todos os anos ao título de Rainha do Rádio. A disputa do título para o ano de 1954, por exemplo, inicialmente ocorreu entre Emilinha Borba, Marlene (Victória Bonaiutti De Martino), Linda Batista, Dalva de Oliveira, Dóris Monteiro, Carmélia Alves, Nora Ney, Adelaide Chiozzo e Linda Batista.


O quadro abaixo apresenta os resultados da disputa ao longo da década de 1950, no qual se destaca o fenômeno de popularidade de Ângela Maria.

1949 Marlene 529.982
1951 Dalva de Oliveira 311.107
1952 Mary Gonçalves 744.826
1953 Emilinha Borba 691.515
1954 Ângela Maria1.464.996
1955 Vera Lúcia 565.636
1956/1957 Dóris Monteiro 875.605 *
*Fonte: Tavares, Reynaldo C. Histórias que o Rádio não contou


Revistas: Radiolândia, Revista do Radio

Radiolândia: Uma série de charges de Walter Braga, publicadas na revista Radiolândia em 1950 capta este tipo de integração. Nelas vê-se a personagem Risoleta em suas atividades diárias, sempre acompanhada da “voz do rádio”. Enquanto enfrenta os incômodos do trem lotado, Risoleta houve pelo rádio “Estamos no Trem da Alegria, programa de Héber de Bôscoli”.

Revista do Radio: As matérias da Revista do Rádio associavam com freqüência a imagem do artista à família, como representações de “lar ajustado e feliz”, ilustradas com muitas fotografias em que se destacam os bens adquiridos como casas e reformas de apartamentos, fruto do “sucesso e de batalha pessoal”.

Nas duas publicações havia espaço reservado para cartas dos leitores, onde o público se pronunciava acerca de suas preferências, mandava recados para os seus ídolos, tanto “queixosos” quanto “elogiosos”. Este espaço colocava-se como um canal aberto entre o público e os artistas.

A partir de 1955, o rádio se abala com a televisão

A TV já existia desde 1950, mas foi a partir de 1955 que o rádio começou a ver seu império ameaçado. Alguns motivos foram fundamentais para o período de retração que o rádio viveu: no caso das empresas proprietárias de rádio e televisão, como a pioneira Tupi, os recursos adquiridos com o sucesso da emissora de rádio passaram a ser usados como investimentos para a implantação da TV; a TV levou os principais talentos do rádio para administrar e produzir sua programação, que também ficou com parte das verbas publicitárias da época.

“Muita gente acha que foi o governo militar, depois do golpe de 64, que provocou a queda da emissora. Mas foi a TV que pegou o que o rádio tinha de melhor. A Nacional, por exemplo, perdeu seus músicos e toda a parte comercial para a Globo e ficou enfraquecida.
Osmar Frazão, ex-diretor da rádio Nacional, radialista, pesquisador e historiador

O rádio precisa reencontrar seu caminho. Um processo de profunda alteração teve início por volta de 1960. Os programas se voltam para o público jovem e as apresentações ao vivo (programas de auditório) praticamente saem do ar. Conhecida como a fase do “vitrolão”, as rádios passam a fazer suas programações a partir dos discos. Aparece o “Disc-Jockey” e com eles o esquema de rádio musical e também as emissoras ecléticas, que misturavam diversos gêneros, buscando atender diversos públicos.

Um grande impulso a esse novo rádio veio ainda nos anos de 1960. O transistor, um invento americano massificado pelos japoneses, permite que o rádio assuma características de meio individual de consumo. O rádio deixa a posição central que possuía nas salas de estar e começa a caminhar em carros, por todos os ambientes das casas, além de acompanhar as pessoas em seu trabalho, aumentar a emoção dos torcedores nos estádios e de correr pelos parques.

O esporte e o noticiário crescem em importância. A prestação de serviços é a tônica desse “novo” meio. A música ganha destaque principalmente através da Rádio Excelsior. Criada em 1968, “a máquina do som” representou um divisor de águas no rádio pop. A Excelsior foi a primeira emissora com formato exclusivamente musical e programação 24 horas voltada para o jovem. Representou mais ou menos o mesmo que a MTV para a TV.

A partir de 1980, a FM é uma alternativa
A dedicação à programações essencialmente musicais se intensificou com o surgimento das emissoras de Freqüência Modulada (FM). No final dos anos 1970, as FMs já seguiam o padrão “festivo” (com locutores animados e ritmo frenético) que perdura em boa parte das emissoras até hoje.
No AM, os antigos animadores de auditório dão espaço para o surgimento dos grandes comunicadores (de Paulo Lopes a Gil Gomes, de Eli Corrêa a Osmar Santos).

Mudando novamente para o FM, no início todas as emissoras eram muito parecidas. Para alcançar seus públicos específicos a segmentação é o caminho encontrado. O público passa a encontrar exatamente o que busca: rádio rock, rádio especializada em sucesso, samba, axé, música ambiente, flashback.
Pela necessidade de sobreviver com menos investimentos e a busca por um maior retorno, as emissoras começam a apostar na formação de redes nacionais (o pioneirismo foi da Transamérica), empregando uma linha básica de programação com pouco espaço para as produções regionais. A propaganda também é unificada, em boa parte das programações em rede.

“FM só de notícias? Isso é absurdo!”
Nos anos 90, apesar do enorme número de ouvintes, a audiência ficou muito dividida entre as muitas emissoras que brigam pela audiência no dial. Para conquistar novos públicos, a CBN deu início a uma nova tendência, a de FMs com conteúdos tradicionalmente destinados ao AM. Já em 1995, a CBN apostou numa programação que só “toca notícia”.
Atualmente, é cada vez mais comum encontrar em freqüência modulada, noticiários, serviços e transmissões de futebol. Na verdade, isso se deve à dificuldade crescente em se sintonizar uma emissora em Ondas Médias (AM), principalmente em trânsito.

Segundo um estudo publicado no jornal Meio & Mensagem (de Setembro de 2003), o público, tanto de AM como de FM, precisa e deseja estar informado. O tempo que dispõe para isso é cada vez menor, quase sendo impossível se dedicar à leitura atenta e constante de periódicos como jornais e revistas e até mesmo assistir a telejornais. Além disso, em grandes centros, como São Paulo e Rio, o trânsito força as pessoas a ficarem cada vez mais confinadas durante um bom tempo em seus carros. Isto tem levado os ouvintes a buscar informações justamente nesses momentos, por meio do rádio. Como as emissoras AM sofrem muitas interferências em suas transmissões, as de FM têm roubado a atenção desses ouvintes. O mesmo acontece em relação à transmissão de partidas de futebol, que ocorre até mesmo em uma emissora essencialmente jovem como a Transamérica.
1980 - Existem 1200 emissoras de rádio instaladas no Brasil.
1999 - emissoras em 57 anos.
1983 - A Rádio Transamérica RJ, integrava a Rede Transamérica (naquela época não havia programação de rádio via satélite) a cabeça da rede ficava em São Paulo, onde eram gravadas as músicas em fitas de rolo e os programas. Os rolos de fita eram distribuídos por transportadoras que abasteciam as emissoras próprias e afiliadas em todo o país. Neste ano a Transamérica elaborou um piloto demonstrativo em fita K-7 e distribuiu nas agências de publicidade, com um resumo de tudo que rolava em sua programação.


1987 - A Rádio Melodia muda sua programação para evangélica.


Igrejas na Radiodifusão

Igrejas TVs Repetidoras Rádios
Universal 79 47 80

Católica 4 178 190

Batista 100

Adventista
do 7º dia 4 21

Assembléia
de Deus 4 12

Evangelho
Quadrangular 1 4

Renascer
em Cristo 1 6


CAPARELLI, Sérgio Comunicação & televisão Desafios da Pós Globalização - 2004


Datas Importantes
1990 - 12 de março - Neste dia o então presidente da República José Sarney, antes de deixar o poder, assina e distribui 45 concessões para instalação de emissoras de rádio no país.
1993 - 16 de abril - A Rádio Jornal do Brasil Am é vendida para um grupo de evangélicos e muda de nome e de programação.
1997 - O percentual de domicílios brasileiros com aparelhos de rádio chega a 90,3%, contra 84,9% em 1992, segundo o IBGE.
Na Região Sul, o índice é de 94,8%;
na Região Sudeste, 94,3%;
na Região Centro-Oeste, 87,2%;
e na Região Nordeste, 83,3%.
São 71 milhões de aparelhos, 1.365 emissoras Am e 296 emissoras Fm.
74 anos de rádio
1999 - Nesse ano, uma das mais ouvidas rádios adultas do Rio, a Alvorada FM, para comemorar seus dez anos de existência, durante dez meses, montou uma programação que tinha dez horas diárias só de música brasileira, que era, inclusive, todo o horário nobre da rádio: das 8h às 18h. E essa iniciativa foi um verdadeiro sucesso. Ao fim desses dez meses, a rádio voltou à sua programação normal, que mesclava música brasileira com internacional.
2001 - Maio, o Sistema Globo lança a Globo Brasil. (transmissão da programação em rede para emissoras Globo AM do Brasil)
2001 - Existem 2965 emissoras de rádio instaladas no Brasil.
78 anos de rádio
2002 - Em julho sai do ar o programa diário e histórico da Rádio Globo Am: "Programa Haroldo de Andrade". (O Programa estava no ar desde 1960, ficou 42 anos no ar).
2005 - 26 de outubro - O Brasil é o quarto país do mundo a adotar o rádio digital. Emissoras já transmitem assim, mas nossos aparelhos ainda são analógicos. Além de ouvir estações de rádio com qualidade de CD, o sistema digital possui outras vantagens bem interessantes ao ouvinte. A primeira é que não há interferência, tão comum em rádios Am, a outra vantagem é a convergência de mídias, já que o aparelho de rádio digital pode receber textos e imagens.
2006 - A partir de hoje, 7 de novembro, será comemorado o Dia do Radialista. No antigo calendário nacional de comemorações, o Dia do Radialista era festejado em 21 de setembro. Um Projeto de Lei de autoria do deputado federal Sandes Júnior (PP–GO) transfere a comemoração para a data do nascimento do compositor Ary Barroso, que também era radialista. O texto sancionado pelo Presidente da República, em 24 de julho de 2006, está na Lei 11.327 e homenageia todos os profissionais que tornam o rádio mais dinâmico e interessante.
2007 - 19 de junho - Uma das duplas sertanejas de maior sucesso no país, Zezé Di Camargo & Luciano, criticou o fato da maioria das rádios do Rio de Janeiro não tocar músicas sertanejas. Para os artistas, o mercado carioca é o único que não acompanha a tendência nacional. Os dois irmãos afirmaram que a realização de shows com grandes platéias na capital fluminense só ocorre porque eles possuem um público fiel. "Continua sendo um desafio fazer o Rio", destacou Luciano. Zezé define o quadro como um "apartheid musical". De acordo com o cantor, as rádios do Rio dão muito espaço ao funk e ao pagode, inibindo a divulgação de outros estilos musicais. "As nossas músicas acontecem no Brasil e não acontecem aqui", disse Zezé.


Principais Características do Rádio
Linguagem oral: esta característica faz do rádio o meio mais popular, isto é, o rádio não exige que o público seja alfabetizado. Para receber a mensagem, basta ouvir. Por outro lado, se a fala não for clara, objetiva e direta, o ouvinte perde a informação, pois – ao contrário da mídia impressa – ele não pode voltar e acompanhar a informação novamente.
Instantaneidade: a mensagem só pode ser recebida no momento em que é emitida. Isto é uma desvantagem em relação ao meio impresso, que possibilita ao leitor ler as notícias no momento que lhe convier. No entanto, atualmente, com a disponibilidade de alguns programas de rádio em formato MP3 nos sites das emissoras, esta desvantagem desaparece, pois é possível ouvir o que se quer, na hora em que se desejar (mídia sob demanda).
Imediatismo: os fatos podem ser transmitidos no instante em que ocorrem, basta que o repórter esteja no local e tenha um telefone celular.
Meio de maior alcance, maior audiência e maior penetração (em alguns casos é o único meio de se obter informações). Em termos geográficos, o rádio é o mais abrangente, já que, ao atingir pontos remotos e de difícil acesso a outros meios, ele tem abrangência nacional. Com as transmissões via satélite, as emissoras aumentaram seu alcance. Mas, por ser simples tecnologicamente, o rádio também possibilita a existência de emissoras locais ou comunitárias, que têm como missão emitir mensagens mais próximas do estilo de vida de seus ouvintes.
Mobilidade: ao mesmo tempo em que a pessoa escuta o rádio é possível exercer outras atividades, como lavar roupa, dirigir o carro, andar de bicicleta etc. Em relação às emissoras, a mobilidade também é um aspecto positivo. O rádio tem facilidade para transmitir diretamente do local dos acontecimentos, contando, inclusive, com a participação de “ouvintes-repórteres” que flagram algum acidente ou informação importante.
Baixo custo: o rádio, como aparelho físico é muito barato, tornando-se acessível à população de baixa renda. É também o meio mais barato para produção e veiculação de peças publicitárias (custo por mil).
Prestação de Serviços (utilidade pública): desde a década de 1960, o rádio encontrou na prestação de serviços um de seus mais nobres caminhos. Emissoras genuinamente jornalísticas, como Bandeirantes e Jovem Pan, desenvolvem uma série de campanhas com o objetivo de alertar autoridades, denunciar ilegalidades ou até mesmo intervir de forma positiva na paisagem da cidade.
Sensorialidade: esta característica permite envolver o ouvinte despertando a sua imaginação. Ex: Orson Welles – 1938 – narrando “A Guerra dos Mundos”. Ao levar em conta todos os detalhes, proporcionando a emoção certa para cada palavra e o uso adequado dos recursos de sonoplastia, as mensagens ganham maior alcance.
Autonomia: o aparelho funciona sem fios ou tomadas, podendo ser carregado no carro, no ônibus, de bicicleta ou a pé por uma única pessoa. Com isso, o rádio fala para muitos ao mesmo tempo, mas faz isto de forma individualizada. Essa característica deve ser levada em conta. Ao apresentar um programa no rádio, fale para cada ouvinte em particular. Por exemplo: “agora a hora certa pra você que está se preparando para sair de casa...”

O futuro do rádio
Mesmo com a migração de parte dos ouvintes para a FM, a vitalidade do rádio AM se comprova em momentos como a oração do Padre Marcelo Rossi, que ultrapassa 1 milhão de ouvintes por minuto; já a Bandeirantes AM está rindo a toa com o sucesso do “Na Geral”. Acredita-se que com a implantação do rádio digital, haverá uma sensível melhora na qualidade de recepção em Ondas Médias. Além de propiciar uma transmissão sem chiados, o rádio digital também permitirá inovações importantes, como a veiculação de informações escritas e atuais no visor do aparelho de rádio, ampliando as possibilidades do meio.

Rádio + TV = menor custo, maior qualidade
• O grupo Record aposta na integração entre suas emissoras de rádio e TV para aumentar a qualidade de programação e diminuir custos. Desde Julho de 2003, a programação da Record AM está apoiada no tripé: jornalismo, entretenimento e comunicação popular. Isto permite que se misture a agilidade dos comunicadores de rádio à força da imagem dos apresentadores de TV. Personalidades como Eleonora Paschoal, Ricardo Capriotti e Percival de Souza estão presentes tanto no rádio quanto na TV.

• A rádio Record utiliza a estrutura da Central Record de Jornalismo. Essa integração permite à TV Record que se beneficie da instantaneidade da comunicação do rádio no período da manhã, onde o trânsito é o principal foco e a informação é mais importante do que a imagem. Por outro lado, a repórter Eleonora Paschoal, quando não está transmitindo uma informação para a TV, entra no ar para informar sobre trânsito no rádio.

• Por falar em trânsito, outra tendência crescente nas emissoras é a participação dos chamados “ouvintes-repórteres”, que narram como estão os seus caminhos pela cidade ou pelas estradas.


"O Rádio é o jornal dos que não sabem ler; o mestre de quem não pode ir à escola; é o divertimento gratuito do pobre, é o animador de novas esperanças; o consolador dos enfermos, o guia dos sãos, desde que realizem com espírito altruísta e elevado".

Edgard Roquette Pinto

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A TV NO BRASIL

No dia 18 de setembro de 1950 a TV Tupi de São Paulo, PRF-3 TV,
canal 3, foi inaugurada.
Era a concretização do sonho de um pioneiro da comunicação no Brasil: Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo, que já controlava uma cadeia de jornais e emissoras de rádio chamada Diários Associados.

Diários Associados
• 34 jornais
• 36 emissoras de rádio
• 18 estações de televisão
• 1 agência de notícias
• 1 revista semanal ( O Cruzeiro)
• 1 mensal (A Cigarra)
• várias revistas infantis e uma editora.


Chateaubriand havia encomendado à RCA equipamento para duas emissoras de televisão. A antena foi instalada no edifício do Banco do Estado de São Paulo.
"TV na Taba", apresentado por Homero Silva, foi o primeiro programa transmitido. Teve a participação de Lima Duarte, Hebe Camargo, Mazzaropi, Ciccilo, Lia Aguiar, Vadeco, Ivon Cury, Lolita Rodrigues, Wilma Bentivegna, Aurélio Campos, do jogador Baltazar e da orquestra de George Henri.
Logo, com ajuda dos profissionais do rádio, jornal e do teatro, as transmissões aconteciam das 18 às 23h e foi colocado no ar o primeiro telejornal:
"Imagens do Dia".

A 1ª TV é regional 100km e ao vivo

A TV brasileira é a primeira da América Latina?
NÃO.
Na verdade é a primeira da América do Sul. O México começou 15 dias antes da TV brasileira.
A TV brasileira é a 5ª do mundo e a 1ª na América do Sul.

A TV brasileira surge do capital privado (Modelo de televisão Americano)
Os anunciantes tem função na programação.
Os primeiro anunciantes da Tv Brasileira foram : Sul América Seguros, Antárctica, Moinho Santista e empresas Pignatari (Prata Wolf).
Só em 1963 é que aparece a TV Pública que é a TV Cultura.

1951
Já no ano seguinte a inauguração existiam, aproximadamente, 7 mil aparelhos de televisão entre São Paulo e Rio de Janeiro.

Começam também a fabricar no Brasil aparelhos receptores de TV. Os primeiros foram da marca "Invictus", de Bernardo Kocubej.

"Sua vida me pertence", a primeira telenovela brasileira, vai ao ar.
Escrita e dirigida pelo também ator Walter Forster,ela não era diária mas exibida duas vezes por semana e teve apenas vinte e cinco capítulos.
Ficou famosa também por ter acontecido o primeiro beijo da televisão brasileira.


Vida AlvesAtriz, autora, produtora, apresentadora.


1952
Na Tupi já estavam no ar os seguintes programas: "TV de Vanguarda", o primeiro e mais importante teleteatro da TV brasileira, "Clube dos Artistas", único dos programas pioneiros a ficar no ar até 1980 e a primeira adaptação do "Sítio do Pica-Pau Amarelo" de Monteiro Lobato, escrita por Tatiana Belinky e dirigida por Júlio Gouveia.

1953
Um sucesso do rádio encanta e faz sucesso na TV: "Repórter Esso". Foi ao ar pela primeira vez no dia 17 de junho.
Em 27 de Setembro foi inaugurada a TV Record de São Paulo.
Na TV Paulista vai ao ar o primeiro "circo" na TV: "Circo do Arrelia", que depois foi apresentado pela TV Record; e "A Praça da Alegria", apresentada por Manoel de Nóbrega.

1954
Criado em 1954, o IBOPE -Instituto Brasileiro de Opinião e Pesquisa fornecia a audiência.

O primeiro seriado produzido no Brasil vai ao ar. Era estrelado por Ayres Campos e Idalina de Oliveira, foi exibido na TV Record. Era o "Capitão 7".

O super-herói brasileiro é uma mistura de Super-Homem, Capitão Marvel e Flash Gordon. A sua origem conta que o menino Carlos vivia com seus pais numa pacata cidade do interior paulista. Certo dia, eles ajudaram um alienígena perdido, que em retribuição, enviou Carlos para o Sétimo Planeta, onde foi educado por uma raça superior e desenvolveu habilidades especiais. Ganhou super - força, super-inteligência, capacidade de vôo e um uniforme atômico, que era azul com o número sete em amarelo no peito. Dentro de uma nave espacial, o Capitão 7 estava sempre disposto a enfrentar criminosos, sejam do espaço, da superfície e do subterrâneo da Terra.

Como um simples humano, Carlos mantinha uma vida discreta, na pele de um tímido químico. Sua namorada chamava-se Silvana (Idalina de Oliveira), filha de um tenente da Interpol (Sílvio Silveira).

A série começou a ser transmitida ao vivo, em 1954, posteriormente os episódios foram gravados em película até 1966, num total de 503 histórias.


1955
Em 18 de Setembro de 1955 acontece outro marco importante para a TV Brasileira. Esta é a data da primeira transmissão externa direta com a transmissão do jogo Santos X Palmeiras, na Vila Belmiro, pela TV Record.
Na Tupi faz sucesso "O Céu é o Limite", de J. Silvestre, precursor de todos os programas de perguntas e respostas da TV brasileira.
Para a criançada tinha na TV Record a "Grande Gincana Kibon", iniciado em 17 de Abril daquele ano, ficando no ar por 16 anos.
A TV no Brasil crescia a passos largos. No dia 15 de julho foi inaugurada mais uma emissora: a TV Rio, de João Batista do Amaral e Paulo Machado. Em 8 de setembro é inaugurada a TV Itacolomy de Belo Horizonte.

1956
O sucesso da Tv é tanto que o mercado publicitário investiu pesado. Já em 1956 as três emissoras de TV de São Paulo arrecadavam mais que as treze emissoras de rádio. A essa altura a TV atingia a cerca de um milhão e meio de telespectadores em todo o Brasil.
Mais nove estações da Rede dos Diários Associados (Assis Chateaubriand) são inauguradas: Porto Alegre, Curitiba, Salvador, Recife, Campina Grande, Fortaleza, São Luís, Belém e Goiânia.
"Poliana", a primeira telenovela infantil vai ao ar pela Tupi, com adaptação de Tatiana Belinky e direção de Júlio Gouveia.
Também a Tupi realiza neste ano a primeira transmissão interestadual. Foi o jogo Brasil x Itália, direto do Maracanã no Rio de Janeiro para São Paulo. Para realizar a transmissão o técnico da Tupi, Reinaldo Paim, construiu três antenas, utilizando tela de galinheiro.

1958
Pela primeira vez no Brasil é usado o videoteipe. Foi no "TV de Vanguarda", da TV Tupi de São Paulo, com a apresentação de "O Duelo", de Guimarães Rosa. Ainda não havia a possibilidade de montagem/edição do VT.

Estréia do Chacrinha na TV Tupi

1ª vez que se ouve falar da utilização do ponto eletrônico em TV.


1959
É inaugurada a TV Excelsior de São Paulo.

"Paulistas e Cariocas", da TV Tupi, foi o primeiro programa exibido simultaneamente no Rio de Janeiro e em São Paulo.


1960
Em 1960 já existiam 200 mil aparelhos receptores de televisão.
Em maio acontece o primeiro incêndio na Tv Record.
O videoteipe passa a ser utilizado com mais regularidade no programa "Chico Anísio Show", dirigido por Carlos Manga. As propagandas que eram apresentadas ao vivo passam a ser gravadas.
Com a inauguração de Brasília, transmitida para todo o Brasil, o governo começa a investir nas transmissões à distância para atingir um maior número de telespectadores. As imagens chegam a São Paulo, Rio e Belo Horizonte e a TV Tupi foi a primeira emissora a ocupar um link e transmitir em cadeia no Brasil, através de 1.200 km, com 7 torres de transmissão.
O primeiro teleteatro a usar o VT foi "Hamlet", de William Shakespeare, adaptado e dirigido por Dionísio de Azevedo, da TV Tupi.


1961
Através de decreto federal, o intervalo comercial é fixado em três minutos e é proibida a participação de menores de 18 anos em programação de debates.
1ª série filmada no Brasil O Vigilante Rodoviário.

Inspirado na Polícia Rodoviária do Estado de São Paulo, criada em 1948 pelo então Governador Adhemar de Barros para dar emprego aos Pracinhas que lutaram na Segunda Guerra, em Março de 1961 foi ao ar pela TV Tupi "O Vigilante Rodoviário", idealizado e dirigido por Ary Fernandes, produzido por Alfredo Palácios e patrocinado pela Nestlé do Brasil. O episódio piloto foi "Diamante Gran Mongol".

O seriado era exibido na quarta-feira em São Paulo e na quinta-feira no Rio de Janeiro às 20hs após o telejornal Repórter Esso. Durante as décadas de 60 e 70 este seriado foi exibido também pela extinta TV Excelsior e pelas TVs Cultura, Globo e Record.

Este foi o primeiro seriado filmado em película de cinema no Brasil, no total foram 38 episódios nos quais os personagens inseparáveis Inspetor Carlos (Carlos Miranda) e seu cão Lobo (King) lutavam contra o crime sempre à bordo de uma moto Harley Davidson 1952 ou de um Simca Chambord 1959.

Hino do VIGILANTE RODOVIÁRIO
(Ary Fernandes)

De noite ou de dia,
firme no volante,
vai pela rodovia,
bravo Vigilante!

Guardando toda estrada,
forte e confiante,
é o nosso camarada,
bravo Vigilante!

O seu olhar amigo,
é um farol que avisa do perigo,
audaz e temerário,
prá agir a todo instante,
da estrada é o Vigilante,

VIGILANTE RODOVIÁRIO !


1961
Na TV Paulista, Sílvio Santos faz sua estréia com o programa dominical "Vamos Brincar de Forca ?", com duas horas de duração

1962

Assis Chateaubriand, em uma cadeira de rodas devido a uma dupla trombose cerebral, faz a doação dos 51% de ações e cotas restantes das empresas Associadas para os mesmos colaboradores, com exceção de seu filho Gilberto que é substituído por Paulo Cabral de Araújo.
O VT é utilizado regularmente, melhorando o acabamento dos programas, e possibilitando a exibição dos mesmos programas em diferentes lugares sem a necessidade de links e transmissores, que custavam muito caros. As imagens gravadas seguiam de carro ou avião e os capítulos das telenovelas podiam finalmente ser gravados com antecedência, diminuindo os erros de texto, barateando o custo de montagem de cenário e possibilitando a exibição de capítulos diários.

Jânio Quadros obriga, por decreto, a dublagem de todos os filmes transmitidos pela TV.

Também por decreto era obrigatória a transmissão diária de 25 minutos de filmes brasileiros.

É alcançada a marca de um milhão de aparelhos de televisão.


1963
Com as modificações implantadas em 1962, a TV Excelsior de São Paulo coloca no ar a primeira telenovela diária:
"2-5499 Ocupado", direção de Tito de Miglio, com Glória Menezes e
Tarcísio Meira.


1964
"O Direito de Nascer", telenovela dirigida por J.B. de Oliveira, o Boni, baseada num script de rádio, vai ao ar na TV Rio.

Com a Ditadura de 64 vieram a censura e os seriados americanos: "Batmasterson", "Bonanza", "A Feiticeira", "Perdidos no Espaço", "Papai sabe tudo" etc.

A TV Excelsior do Rio é inaugurada, criando a linha de shows.


1965
A TV Excelsior também apresentou o "1º Festival da Música Popular Brasileira". A música vencedora foi "Arrastão", de Edu lobo, interpretada por Elis Regina.

Inaugurada a TV Globo do Rio de Janeiro, canal 4 e às 11h do dia 26 de abril de 1965, a Rede Globo de Televisão entra no ar também em São Paulo, através do Canal 5.

Na Record vai ao ar o musical "O Fino da Bossa", com Elis Regina e Jair Rodrigues, marcando o sucesso dos musicais.

Em Agosto, mais precisamente no dia 22, também a Record põe no ar o programa "Jovem Guarda", com Roberto Carlos.

1966
Começa na TV Excelsior "Redenção", a mais longa das telenovelas brasileiras, autoria de Raimundo Lopes, direção de Waldemar Moraes e estrelada por Regina Duarte, Lélia Abramo e Márcia Real. "Redenção" teve 594 capítulos.
(maio 1966 – maio 1968)

Hebe Camargo estréia, em 10 de abril, seu programa dominical na TV Record e é líder de audiência.

Mais um incêndio, em 29 de Julho, atinge os estúdios da TV Record de São Paulo. Mesmo assim é realizado o "2º Festival de Música Popular Brasileira". Venceram: Chico Buarque com "A Banda" e Geraldo Vandré com "Disparada".

A Rede Globo passa a ser dirigida por Walter Clark, vindo da Tv Rio, que implementou um padrão de qualidade à emissora: o até hoje chamado "Padrão Globo".

Sílvio Santos apresenta na TV Globo o programa "Música e Alegria", com 4 horas de duração aos domingos.

A Globo entra firme nas novelas e Gloria Magadan, autora cubana, escreveu para a emissora "Eu compro esta mulher" e "O Sheik de Agadir".

Incêndio na TV Excelsior. Crise financeira na emissora, que chega a atrasar em dois meses o pagamento dos funcionários.

1967

Inaugurada a TV Bandeirantes de São Paulo.

Na TV Record fazem sucesso: os humorísticos "Família Trapo" e "Praça da Alegria", de Manoel da Nóbrega, que antes era exibido pela TV Paulista.

"Os Miseráveis", a primeira novela da Bandeirantes, vai ao ar. É uma adaptação de Walter Negrão e Chico de Assis. Os capítulos tinham 45 minutos de duração.

A Globo populariza a programação, apresentando programas de auditório (Sílvio Santos, Chacrinha e Dercy Gonçalves).

1968
O programa dominical de Silvio Santos passa a ter seis horas de duração.

A TV Record coloca no ar o programa "Quem Tem Medo da Verdade", sob o comando de Carlos Manga. No programa artistas eram julgados por problemas pessoais.

Na Globo fazem sucesso: "Dercy de Verdade", no Rio; "Casamento na TV" e "SOS Amor", ambos apresentados por Raul Longras e "O Homem de Sapato Branco", em São Paulo.

Na Tupi os destaques eram: "Domingo de Verdade", comandado por J. Silvestre e "Os Sete Samurais", onde todos os profissionais, incluindo os técnicos, se vestiam de samurais.

1969
O Brasil inaugura a Estação Terrena de Tanguá e a Estação Rastreadora de Itaboraí, no Rio de Janeiro, para transmissões internacionais via satélite. Através delas foi possível a transmissão da chegada do homem à Lua pela TV Globo.

Foi um ano marcado também por incêndios nas sedes das emissoras:

• Incêndio no Teatro Consolação da TV Record.
• Incêndio na TV Globo de São Paulo. Por causa do incêndio a emissora passou a centralizar no Rio de Janeiro toda a produção de programação da Rede.
• Incêndio da TV Bandeirantes.
• Incêndio no Teatro Paramount da TV Record.

Em 1º de Setembro, estréia o "Jornal Nacional", da Rede Globo, marcando o início das operações em rede no Brasil. O noticiário era apresentado por Heron Domingues e Léo Batista. Foi o primeiro programa regular a ser transmitido em rede nacional e implementou um novo estilo de jornalismo na TV brasileira.
A Rede Globo assume a liderança absoluta de audiência.
No ar, a novela "Véu de Noiva" faz sucesso na Globo.

Na TV Tupi o sucesso era a novela "Beto Rockfeller", idéia de Cassiano Gabus Mendes, escrita por Bráulio Pedroso e dirigida por Lima Duarte e Walter Avancini. Participaram deste sucesso, lembrado até hoje: Luiz Gustavo, lrene Ravache, Bete Mendes e Débora Duarte entre outros. Foi a primeira vez que se incorporava a realidade (ruas e edifícios da cidade e acontecimentos reais) com cenário e pano de fundo de uma novela.

1970
O Censo de 1970 aponta o número de aparelhos de televisão chegou a 4 milhões de lares, atingindo, aproximadamente, a 25 milhões de telespectadores.

Incêndio na TV Globo do Rio de Janeiro, no dia 10 de Janeiro.

Faz sucesso na Globo a novela
"Irmãos Coragem".

Inaugurada em 25 de Janeiro a TV Gazeta de São Paulo.

1971
Começa a preparação para a implantação da TV em cores. Adaptação de equipamentos e treinamento de técnicos.

O Ministério das Comunicações baixa decreto que regulamenta 3 minutos de comercial para cada quinze minutos de programação.

A novela "Meu Primeiro Amor", da TV Globo, lança o merchandising, com o lançamento de uma nova linha de bicicletas.

1972
O ano da "tv em cores" no Brasil. Em 19 de fevereiro acontece a primeira transmissão a cores da TV brasileira: a Festa da Uva de Caxias do Sul / RS. O sistema adotado no país é o PAL-M e a TV Globo é a mais adiantada na implantação das imagens coloridas.

1973
Vai ao ar pela primeira vez o programa "Fantástico", da Rede Globo. Mesclando informação e variedades fez grande sucesso.
O programa "Caso Especial - Carnê de Baile", da Globo, marca o início das transmissões de programas com imagens coloridas. As emissoras tiveram que melhorar a qualidade de cenários, figurinos, maquiagens, vinhetas, etc, pois a transmissão colorida revelava mais imperfeições que a transmissão em P&B.

"O Bem Amado" da TV Globo foi a primeira novela colorida.

A Tupi começa a trabalhar em rede, contando com um maior número de emissoras que a Globo.

Flávio Cavalcanti, pela TV Tupi, lidera a audiência aos domingos à noite. Polêmico, o programa chega a ser suspenso por 60 dias, devido a dois assuntos abordados: o português que mora na ilha de Marajó e tem um harém, incluindo a própria filha e o marido que empresta a mulher para o amigo porque está impotente.


1974
"João da Silva", a primeira telenovela educativa, vai ao ar. Ela foi realizada pela TV Cultura de São Paulo.
A Globo segue na frente quanto à implantação da programação colorida. Neste ano já soma 8 horas diárias de programação em cores.
A Tupi lança sua programação nacional e centraliza em São Paulo a geração da programação.
Intervalo 12 minutos

1976
A novela “Roque Santeiro”, de Dias Gomes é totalmente vetada pela censura, indo ao ar 10 anos depois.

A Rede Globo inicia a exportação dos seus programas, dublados em espanhol, para países da América Latina.

Roberto Marinho recebe o prêmio internacional Emmy, como Homem Destaque da Televisão.

1977
Decreto regulamenta a propaganda governamental gratuita.

Em 7 de Março, a Globo coloca no ar a versão de maior audiência do "Sitio do Pica-Pau Amarelo", telenovela infantil. (1986)

Inaugurada a TV Guanabara do Rio de Janeiro, fazendo com que a Bandeirantes inicie a formação de sua Rede.
Na TV Tupi a novela das 20h, "O Profeta", faz sucesso e preocupa a TV Globo.

Mais um incêndio na TV Record. A programação da emissora, seriamente prejudicada, acaba sendo mantida com filmes.

Bambalalão programa exibido até 1991


1978
O Telecurso 2º grau, produzido pela Fundação Roberto Marinho e Fundação Padre Anchieta, vai ao ar é torna-se o programa educativo de maior sucesso na TV brasileira.

Novela “Dancing Days” estréia em 10 de julho.

1979
Entra no ar “Malu Mulher”

1980
Em 14 de Julho, sai do ar a primeira emissora inaugurada no país: a TV Tupi de São Paulo. É o fim da Rede Tupi de Televisão. Permanecem no ar somente as TVs Brasília e Itapuã.

O Governo Federal anuncia em 23 de julho de 1980 a abertura de concorrência para a exploração de duas novas redes de TV.
Estavam em jogo as sete concessões que pertenciam à Tupi, mais duas que pertenciam à TV Excelsior de São Paulo e à TV Continental do Rio de Janeiro, também extintas. A primeira nova rede de televisão ficaria com quatro emissoras e a segunda com as outras cinco.

Início das operações do SBT – Sistema Brasileiro de Televisão.

Resultado da concorrência para as duas novas redes de TV:
Ficaram com o empresário Sílvio Santos as seguintes emissoras: Canal 04, de São Paulo; Canal 9, do Rio de Janeiro, Canal 05, de Porto Alegre; canal 02, de Belém.
A outra rede foi entregue ao empresário Adolpho Bloch: Canal 09, de São Paulo; Canal 06, do Rio de Janeiro; Canal 04, de Belo Horizonte; Canal 06, de Recife; e Canal 02, de Fortaleza.

1981
O SBT transmite, ao vivo, em 19 de agosto, a cerimônia de assinatura dos contratos definitivos das concessões dos novos canais de TV para o próprio SBT, de Sílvio Santos e para o Grupo Bloch, de Adolpho Bloch.

1982
A Rede Globo recontrata o Chacrinha e cria o "Caso Verdade", uma espécie de "mini novela" no final de tarde.
A Rede Globo possui 42 estações afiliadas e 5.500 funcionários.
O SBT com 22 emissoras afiliadas e 2.500 funcionários parte para uma linha mais popular, passando rapidamente à vice-liderança

1983

Existem 22 milhões de aparelhos de televisão no Brasil

O “Jornal Nacional” é o programa de maior audiência da televisão Brasileira.

Na TV Gazeta surge Fausto Silva com o programa “Perdidos na Noite”.

Inaugurada a Rede Manchete, com equipamentos de última geração, apresentando filmes e séries premiadas, numa programação voltada para as classes mais altas.

Em julho, durante greve nacional de trabalhadores a TV Bandeirantes teve seus transmissores lacrados.


1984
O SBT coloca no ar 5 capítulos do seriado “Chaves” como experiência e dá certo.
Em dezembro estréia o quadro “Porta da Esperança”.

Na Globo o “Jornal Nacional” alcança 64 pontos no IBOPE.
Transmissão ao vivo pela Manchete dos desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro.

1985
Silvio Santos fala para seu público assistir primeiro a novela “Roque Santeiro” e depois assistir o SBT.
Roque Santeiro atinge a marca de 90% de audiência com média de 75 pontos.

“Sítio do Pica-Pau Amarelo” sai do ar.

É criada a campanha Criança Esperança.


1986
Já são 26 milhões e 500 mil aparelhos de televisão em todo o Brasil.

A Rede Manchete tem uma dívida de 103 milhões de dólares. Mesmo com esse rombo lança a superprodução: Dona Beija e alcança elevados índices de audiência em todo o Brasil.

1988
Morre José Abelardo de Medeiros Barbosa Chacrinha.

A Globo colocava no ar ‘Vale Tudo’, de Gilberto Braga, uma das mais ferozes críticas sociais ao Brasil e que levou o país a indagar ‘quem matou Odete Roithman?’, papel de Beatriz Seggal. O vilão vivido por Reginaldo Faria não é punido no final da trama e a novela acaba com ele fazendo o gesto de 'dar uma banana' para todos. ‘Vale Tudo questionava até que ponto valia ser honesto no Brasil’.

1989
Em dezembro a queda do muro de Berlim é transmitida ao vivo.
O IBOPE instala os primeiros aparelhos de peoplementers no mercado de São Paulo.
Estréia o Domingão do Faustão.
Em 09 de novembro a Record é vendida à Edir Macedo por 45 milhões de dólares.

1990
Fernando Collor de Melo toma posse e todas as emissoras de televisão passam por uma grande crise financeira.

A Rede Globo se vê ameaçada. Alguns programas do SBT e da Rede Manchete superam sua audiência em determinados horários.

1996
A Rede Manchete leva ao ar a novela “Xica da Silva”, escrita por Adamo Angel, pseudônimo Walcyr Carrasco, revelando Taís Araújo como protagonista.

Essa foi a primeira novela a ter uma negra como protagonista. Não foi Da Cor do Pecado.

1999
A novela “Louca Paixão”, um remake de “2-5499 Ocupado”, atinge 12 pontos de audiência.

Em agosto a Rede Manchete é vendida para Amilcare Dallevo Júnior por 608 milhões de dólares e passa a se chamar Rede TV!

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