domingo, 6 de setembro de 2009

OFICINA DE TEXTO

Ementa:
Concepções de língua e linguagem.
As diversas linguagens. A linguagem dos novos meios de comunicação.
Produção de texto e organização.
Produção de textos em geral.
Go de opinião e a resenha.
Os tipos de argumentos.
As informações implícitas.
Intertextualidade.
Concepções de leitura e suas estratégias.

Bibliografia básica

1) FIORIN, José Luiz e PLATÃO, Francisco.
“Lições de Texto: leitura e redação”
(Ática, SP, 2004)

2) ABREU, S. Antonio. “Curso de Redação”
(Ática, 2006, SP)


12/08/2009
AS FUNÇÕES DA LINGUAGEM

Quando comunicamos desejamos materializar nossas intenções. Onde não há intenção, não há comunicação. O sujeito falante se comunica, portanto quando colocado em cena uma intenção qualquer. Quais são essas intenções, ou seja, função de linguagem?
1) Função fática
Intenções: estabelecer contato. Testar o canal de comunicação. (Ex:"Alô! Bom dia! Tchau! Por favor...")

2) Função referencial
Intenção: informar, levando ao interlocutor referências sobre pessoas,objetos, fatos etc.Suas características:- linguagem denotativa, objetiva;- centrada sobre o referente;- informativa, narrativa, descritivo(Ex: texto jornalístico)

3) Função expressiva
Das mais importantes, pois ela permite ao homem expressar a suanatureza humana, afetivo e emocional, relativizando a sua naturezaracional. Intenções: exprimir a atividade do locutor em relação aoconteúdo da mensagem, da situação do mundo em que vive; expressarjulgamentos, opiniões, exclamações, sentimentos ao que o cerca. Essafunção situa o sujeito em sua individualidade, sua subjetividade. Ex:uma confidência sentimental.

4) Função conativa ou imperativa
É a função de interpelar o interlocutor através de formas verbaisimperativas. Seu objetivo é trazer ao outro a participar do diálogo,obrigá-lo a reagir. Levá-lo a aceitar determinada idéia ou opinião.Parece ser a razão pela qual a publicidade utiliza tanto essa funçãode linguagem.

5) Função metalinguística
Intenções: resolver problemas de entendimento linguístico.Ex: parênteses.

6) Função poética
Intenções:subverter o sentido da mensagem. Ser conativa. Produzirefeitos estéticos, trabalhar sobre a estrutura da mensagem, suasonoridade, ritmo, tonalidade e cor.

19/08/2009
Funções da linguagem

1- Fática – estabelecer contato: testar o canal de comunicação; prender a atenção. Ex.: “Alô!” (ao telefone)
2- Referencial - informar. Ex.: redação jornalística. Linguagem objetiva.
3- Expressiva – expressar opiniões, julgamentos, sentimentos... Ex.: a maioria das redações na aula anterior. Ex.: “Finalmente,alguém tomou uma providência!” (sobre a lei antitabagista)
4- Conotativa – Levar o receptor a crer, aceitar alg ou alguma idéia. Ex.: na publicidade: “Você nunca viu nada igual!” (por isso é chamada também de “imperativa”)
5- Metalingüística – necessária para se contornar limitações da própria linguagem. Ex.: um parêntese para acrescentar um esclarecimento.
6- Poética – quando se quer produzir novos efeitos, arte. Ex.: poema,letra de musica ou mesmo uma figura de linguagem, etc.

Exercícios
Hei você! Há quanto tempo você não tira férias( de verdade)?
Maceió,paraíso das águas
Fática; expressiva, conotativa, metalingüística

Bolt “passeia” e avança à final dos 200m com facilidade.
(uol, 19.08.09)
Referencial,metalingüística, poética

Fatores relevantes no ato de comunicação:

Remetente: emissor, destinador.
Destinatário: receptor, ouvinte, leitor.
Canal: meio (jornal, emissora de rádio ou tv, carta, diálogo, etc.)
Código: língua portuguesa, língua inglesa etc.
Mensagem: texto referencial (a mensagem se refere a um conteúdo conceitual)
Contexto: referente conceitual, ambiente em

Linguagem jornalística e linguagem publicitária

Jornalismo
Principio da pirâmide invertida
Os dados são inseridos por ordem decrescente de importância

Outras narrativas (literatura em geral, linguagem acadêmica/ cientifica etc.)
Os dados são inseridos por ordem crescente de importância.

O lead e o principio dos seis “quês”

Quem ou o que?
O que?
Como?
Quando?
Onde?
Por que?

O conjunto de respostas as questões acima formarão uma unidade, aquela a que chamamos de NOTICIA.


Linguagem Publicitária

Raciocínio apodítico: tem o tom de verdade inquestionável. A argumentação é fachada e não resta ao receptor senão aceitar a verdade do emissor.
Ex.: “nenhuma linha de banho foi tão fundo na sua pele” (anuncio de sabonete cremosos Limpa&Hidrata, Lux Skincare).Nova, SP, Abril, p. 28, fev. 1995).

Se nenhum produto faz tão bem à sua pele quanto Limpa&Hidrata, você na tem outra opção... O pronome indefinido indica universalidade.

Recursos permanentes da linguagem publicitária
Persuadir – apóia-se em princípios, crenças, lugares comuns. Argumentação retórica.
Ex.de apliação: publicidade, textos políticos-eleitorais, religiosos, ficcionais...

Convencer – apóia-se em fatos, estatísticas, “verdades”. Argumentação demonstrativa.
Ex de aplicação: textos acadêmicos, científicos, técnicos, jurídicos, jornalísticos...

Geralmente é da combinação entre ambos que nasce a lógica publicitária e a propaganda eficientes.

26/08/2009
Períodos e as conexões entre eles

Períodos são compostos de orações.

Oração: frase construída em torno de um verbo.

Ex: Paulo foi ao cinema sozinho.
Período simples (Uma oração).

Ex.: Paulo foi ao cinema sozinho (1), pois Julia decidiu ficar em casa (2). Período composto (mais de uma oração).

Exemplos:
Nos decidimos cancelar a viagem. A previsão do tempo é desanimadora.

Disseram que não sou capaz. Vamos ver se não sou.

Por que justo comigo? Ela já sabia que não gosto do sujeito.

Palavras formam orações
Orações formam períodos.
Períodos formam parágrafos.
Parágrafos formam textos.

Parágrafos

Não há uma lógica que determine que tamanho (quantos períodos) deve ter um parágrafo, nem quantos parágrafos deve ter um texto.
Mas há algumas orientações consolidadas pela pratica redacional, pela academia, pelo mercado.
Vejamos algumas delas:

Espera-se que um texto de cerca de 20 linhas tenha de 3 a 5 parágrafos. Por quê?

a) Por lógica. Se cada parágrafo pode ser compreendido como uma unidade do desenvolvimento textual, supõe-se que 3 parágrafos seja uma medida razoável para que se desenvolva um texto que contenha no mínimo (1) um pensamento introdutório; (2) o desenvolvimento/ desdobramento desse pensamento; e (3) a conclusão da idéia.
b) Por estética. Quando o texto é construído de modo a obter uma cadencia (andamento) agradável para a leitura, os parágrafos possivelmente terão tamanho similar. Além do fato de essa lógica interna (do texto) favorece ao leitor, possivelmente ajudará também no processo de edição de arte/ diagramação. Quem diagrama terá nas mãos material equilibrado e que lhe possibilitará explorar recursos gráficos importantes para o resultado final- ou seja, novamente, para o leitor. Espera-se que o parágrafo delimite o desenvolvimento de uma idéia. Dessa forma, ao desenvolver, por exemplo, o lead jornalístico, você terá, provavelmente, concluído o primeiro parágrafo e será o momento de abrir o segundo. Ao fazer isso, seu texto obterá aquilo que chamamos de progressão textual, ou seja, ele não ficará “patinando” sobre a mesma idéia do inicio ao fim. Exemplo de falta de progressão:
Demos inicio à partida ao meio-dia. Havia duvida se deveríamos começar o jogo a essa hora.
Mas, enfim, acabamos decidindo iniciar o jogo às 12 horas mesmo, pois era o que havíamos combinado.
Nem teria sentido que puníssemos aqueles que se esforçaram para chegar cedo, só para proteger os atrasados...

O uso adequado dos conectores, ou relatores (“porém” “mas”, “já que”, “apesar de”, ...) vai ajudar a fazer com que as idéias progridam adequadamente, garantindo a progressão textual de que precisamos. Esses elementos funcionam como agulha e linha, costurando as orações, períodos, parágrafos, até as conclusões do texto.

02/09/2009
A Vírgula

Fundamentalmente, a vírgula seve para separar frases principais de frases secundarias (ou informações básica de informação complementar),

Exemplo:

Mesmo cansado, depois de trabalhar o dia todo, o aluno foi à faculdade cumprir mais uma noite de aulas.

Mesmo cansado.

Depois de trabalhar o dia todo.

O aluno foi à faculdade cumprir mais uma noite de aulas.

Sem comércio e sem dinheiro, voltados para a arte e para a natureza, os moradores daquela região vivem uma vida primitiva, negando as conquistas da civilização, mais ou menos de acordo com os ensinamentos do polêmico filósofo Rousseau.

Desses cinco blocos informativos

Sem comércio e sem dinheiro.
Voltados para a arte e para a natureza.
Os moradores daquela região vive uma vida primitiva.
Negando as conquistas da civilização.
Mais ou menos de acordo com os ensinamentos do polêmico filósofo Rousseau.

Outros Exemplos:

Na década de 80, os supermercados cresceram na velocidade do som, figurado como um dos melhores negócios do país.

Na década de 80.
Os supermercados cresceram na velocidade do som.
Figurando como um dos melhores negócios do país.


Pontuação

Na semana passada, a rede paulista Casas Bahia mandou para casa, em férias coletivas*, mais de 3.500 de seus empregados.

Na semana passada.
A rede paulista Casas Bahia mandou para casa.
Em férias coletivas.
Mais de 3.500 de seus empregados.


*Aposto – para os leitores se situarem.
O Paes Mendonça, o grupo baiano Mamede, que comanda o maior hipermercado do País, na Barra da Tijuca, fechou doze lojas na Bahia.

O Paes Mendonça.
O grupo baiano Mamede.
Que comanda o maior hipermercado do País.
Na Barra da Tijuca.
Fechou doze lojas na Bahia.

A rainha francesa dos supermercados brasileiros, o grupo Carrefour, um foguete que parecia invencível para não fechar.

A rainha francesa dos supermercados brasileiros.
O grupo Carrefour.
Um foguete que parecia invencível.
Está fazendo ginástica para não fechar.

Nota: não se separa sujeito do predicado por vírgula.

Exemplos:

1. João, acordou logo cedo para viajar.
2. O São Paulo, vencerá de novo, para variar...
3. Há muitos anos o padre José, vive entre nós.

O Ponto final:

Quanto antes, melhor.

O ponto-e-vírgula:
1. Para marcar oposições.

Ex. Gostamos deles; entretanto, muitos não gostam.
2. Para relacionar elementos.

Ex.: Veja o que compramos: leite; açúcar; café; feijão; arroz; macarrão...

Que restritivo – sem vírgula.
Que explicativo – com vírgula após

Exemplos:
Prefeitos que roubam não merecem perdão.
Ana, que conheci na semana passada,
Começará a estudar conosco.


Bom pessoal, por enquanto é isso aí, beijo, e espero ter ajudado.

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